Entrevista Flashscore a Armando Evangelista: "O Arouca não é o mesmo clube que encontrámos há três anos"

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Entrevista Flashscore a Armando Evangelista: "O Arouca não é o mesmo clube que encontrámos há três anos"
Armando Evangelista dá ao Flashscore a primeira entrevista desde que saiu do Arouca
Armando Evangelista dá ao Flashscore a primeira entrevista desde que saiu do AroucaLUSA
Três anos, 118 jogos, 50 vitórias, 31 empates e 37 derrotas. Uma subida de divisão, uma manutenção e uma qualificação europeia. Os números de Armando Evangelista falam por si, mas dizem muito mais nas entrelinhas. Foi por aí que começou a entrevista do treinador - agora sem clube - ao Flashscore, num momento em que é um dos técnicos mais cobiçados do mercado. Na primeira parte falamos sobre Arouca, na segunda sobre Portugal e o Mundo.

Tudo começou quando os astros se alinharam para fazer regressar o Arouca às competições profissionais. A pandemia da COVID-19 obrigou ao fim prematuro do Campeonato de Portugal (então o terceiro escalão da pirâmide nacional) e Federação Portuguesa de Futebol indicou os dois clubes com maior número de pontos naquele momento para subirem à Liga 2.

Evangelista sucedeu a Henrique Nunes com o objetivo de voltar à primeira divisão em dois anos... Conseguiu-o no primeiro. Diz o técnico que foi o próprio êxito que trouxe as maiores dificuldades, nomeadamente para conseguir a manutenção. Esta época, com mais flexibilidade para construir o plantel, superou todas as expetativas ao conseguir a qualificação europeia.

Reaproveitou nomes como Alan Ruiz, David Simão ou Tiago Esgaio. Lançou as surpresas Arruabarrena, Rafa Mujica, Sylla ou Antony. Mas o técnico não tem dúvidas: "Separar esta época das outras duas não me parece correto nem justo, as coisas estão ligadas".

Leia abaixo a primeira parte da entrevista exclusiva de Armando Evangelista ao Flashscore:

- Bom dia mister. Vamos começar pelo percurso do Arouca esta época, como se sente agora que a época chegou ao fim? Sentimento de missão cumprida?

- Quando falamos desta temporada do Arouca, não podemos isolar esta época em relação ao que foram os três anos de trabalho desta equipa técnica, jogadores e direção. Está tudo interligado, é normal que se fale mais nesta época pelo quinto lugar e pelo sucesso, mas o ano passado e há dois anos, a classificação não foi tão vistosa, mas o sucesso foi o mesmo. Separar esta época das outras duas não me parece correto nem justo, as coisas estão ligadas. É a mesma equipa, há um grupo de jogadores que transita e fazem parte deste projeto. É o somatório disso tudo que deu o sucesso e visibilidade deste ano. Por isso, digo que não devemos separar isso.

- São três anos de trabalho, uma equipa bem diferente da que tinha quando chegou apesar de existirem alguns resistentes. Como foi conseguir tirar o potencial máximo dos jogadores que já lá estavam e ainda ter alguns que vieram do terceiro escalão e se qualificaram agora para a Europa?

- Isto é um processo em crescendo, houve consciencialização do crescimento e caminho por onde queríamos ir. Quando nos sentimos a crescer e a dar passos em frente, há a necessidade de reformular e estruturar o que temos. Também tivemos a noção que havia um grupo que era importante para fazer a ligação com os que chegavam, sustentar os que já lá estavam e fomos bem sucedidos e felizes na forma como gerimos isso. Acabamos por ter alguma felicidade também nas contratações, mérito como é óbvio, mas quando estamos num clube em que este ano tivemos 17 nacionalidades, temos que ter alguma sorte com o que vamos escolhendo. Juntar 17 nacionalidades e fazer com que tudo funcione num todo não é fácil e é preciso ter uma pontinha de sorte. A verdade é que também fizemos por isso. Esse grupo que transita teve um papel preponderante na ligação destas pontas todas, só assim conseguimos crescer e evoluir. Fomos tendo alguma coragem também, quando se está num processo há três anos há ligações afetivas que se vão criando e nunca descuramos isso. Sempre tivemos a capacidade de separar o profissional das ligações afetivas. Havia necessidade de ir melhorando para criar valor, quando assim é não podemos fazer de uma forma emocional, temos de ser profissionais. Fomos tendo essa capacidade para dar passos em frente, acreditar no que estávamos a fazer e procurar sempre melhorar. Hoje o Arouca não é o clube que encontrámos há três anos.

Armando Evangelista ao Flashscore
Armando Evangelista ao FlashscoreOpta by Stats Perform/LUSA

- Nesse sentido, comparando o início da época passada na Liga - que foi muito complicado - e este, em que desde cedo se percebeu que a manutenção estava bem encaminhada, a partir de quando se apercebeu que era possível uma caminhada europeia? Que era possível dar esse passo extra?

- Na época passada tivemos tanto êxito como esta e vou explicar porquê. Quando chegamos a Arouca, o projeto era de subir em dois anos. Para subir em dois anos, houve a necessidade – em termos estratégicos – de fazer dois ou três anos de contrato com os jogadores que chegavam. E como subimos no primeiro ano, no segundo ano - primeiro na Liga - não houve a possibilidade de preparar a equipa adequadam

ente e fazer as alterações necessárias à exigência da primeira divisão porque os jogadores tinham contrato e era para se cumprir.

- E o início de calendário da época passada também não ajudou (três grandes e deslocações difíceis nas primeiras oito jornadas)

- Exatamente. Como o projeto de subida era de dois anos, sabíamos que grande parte dos jogadores eram ótimos e muito bons para a Liga 2 e, provavelmente, precisaríamos de mais qualquer coisa na Liga. Ao fim do segundo ano pudemos fazer isso. E demos valor, demos profundidade ao plantel – leia-se competitividade – e a partir daí sabíamos que as coisas podiam acontecer. Havia muitas pontas a unir, 17 nacionalidades, jogadores que não conheciam o nosso campeonato - porque o nosso raio de recrutamento não era o nosso país -, então era necessário trazer jogadores em que reconhecíamos valor, mas precisavam de tempo de adaptação. A verdade é que os processos foram sendo acelerados porque sentimos, enquanto equipa técnica, que era possível. Os jogadores também acreditaram que era possível uma boa classificação e foi um acreditar que foi crescendo ao longo da época. O grande clique veio com a final-four (da Taça da Liga), deu um upgrade ao acreditar do grupo sobre as suas potencialidades e do que era capaz de fazer. Permitiu-nos encarar a segunda volta da forma que encaramos.

- Sentiram que era capaz de disputar jogos com as principais equipas do campeonato...

- Sentimos e o que me apercebi foi que queríamos estar inseridos no meio deles, sabendo as distâncias que existiam e existem, mas era naqueles palcos e jogos que queríamos estar presentes, era aí que queríamos crescer. O grupo começou a acreditar nisso mesmo: 'é aqui que queremos estar, temos que jogar para os lugares cimeiros'. A tal profundidade do plantel, os membros que vieram de trás e tinham capacidade de unir as pontas, a chegada à final-four que deu esse upgrade de confiança e crença em todo o grupo… foi isso que originou esta época.

Armando Evangelista celebra com a equipa técnica
Armando Evangelista celebra com a equipa técnicaLUSA

- Voltando atrás e falando um pouco sobre essa questão das 17 nacionalidades, qual foi a forma encontrada para o grupo se unir? Qual foi a cola que uniu todas estas pessoas e personalidades diferentes?

- Acima de tudo não há segredos, nem milagres. No processo de recrutamento e escolha existe muito cuidado e preocupação de conhecer o máximo possível a parte mental da pessoa e conhecer a pessoa em si. Não só o valor como futebolista, mas como pessoa, o que pode acrescentar ao grupo. Houve sempre essa preocupação, embora não seja fácil quando não estão inseridos no nosso meio. Depois a forma como são recebidos, tratados, a forma como aceitaram o meio onde estavam. A vila, o clube, as dificuldades, como lhes foi transmitido isso mesmo: “é esta a realidade, é nesta realidade que vamos trabalhar”. Acaba por ser muito mérito deles mesmos. É óbvio que enquanto líder não vou dizer que não tenho a minha quota parte de responsabilidade, mas acima de tudo o mérito é dos jogadores. A forma como encararam e aceitaram o desafio, o mérito tem que ser deles.

- O que levou a esta saída? Sei que o “casamento” era de três anos, mas sentia que ainda tinha por onde evoluir ou já tinha acabado o ciclo?

- Foi um pouco isso (fecho de ciclo). Três anos de sucesso, uma subida, uma manutenção e um quinto lugar em que acabas por te sentir na zona de conforto. Associado a isso, tens que questionar o que é que poderei fazer ou ganhar mais no Arouca? É complicado. Estando num espaço de conforto, tendo que fazer melhor do que fizeste, acho que precisava de um novo desafio. Até porque isso vai-me fazer crescer enquanto pessoa e treinador, precisava de sair. Estes três anos fizeram de Arouca a minha zona de conforto. Para progredir e crescer, precisava de outro desafio. A decisão de não continuidade prende-se por isso mesmo, pela ambição que quero, pelo crescimento desportivo e pessoal que procuro.

- O mister sempre me pareceu uma pessoa de princípios e que gosta de os colocar em campo e no balneário. Quais foram os que tentou estabelecer desde o primeiro dia que chegou a Arouca e se mantiveram até hoje?

- Há algumas situações que não se abdica. Uma delas é a seguinte: um jogador de futebol que trabalha comigo quando é contratado é pago para trabalhar bem, para treinar bem. Isso é que lhe dá direito a reivindicar o seu ordenado. Se vai jogar, se vai estar no 11, se vai estar no banco… isso são outras situações. É algo que é preciso esclarecer bem. Outra das coisas é que no futebol existe um chavão que é a maior mentira do mundo e ouvimos isto todos os dias: “não temos nada a provar a ninguém”. Isso é mentira. No futebol e na vida. Todos os dias temos que provar que somos melhores. Porque senão somos excluídos. No dia em que deixamos de produzir e ter rendimento somos excluídos. Todos os dias tinham de provar que eram melhores, aproveitar o tempo para poder evoluir e manterem-se no alto nível do profissionalismo. E outra das coisas em que procurava sensibilizar é pelo facto de abraçarem uma profissão que tem um tempo limite. Ou é agora, neste espaço limite, ou não podem esperar por amanhã. Porque o André (entrevistador) quando tiver 80 anos e quiser fazer advocacia ou medicina, pode fazer o que quiser. Com 80 anos não vai ser jogador de futebol, de certeza. Há esta preocupação de os sensibilizar para não perderem tempo nesta profissão que escolheram, porque o tempo joga contra eles. Havia uma série de, não diria princípios, mas conceitos e conselhos que nos nortearam em termos de organização e sensibilização para superar as dificuldades de um clube como o Arouca e do próprio campeonato. Estes são alguns exemplos.

- Essa questão de não perder tempo é curiosa tendo em conta o plantel que tinha. Com nomes como o Alan Ruiz ou o Uri Busquets, que eram jogadores que mostraram muita promessa, mas cuja carreira não foi ao encontro dessas expetativas. Mas também tinha jogadores sólidos como o Tiago Esgaio ou jovens promessas como o Antony. Como foi estabelecer esse princípio a jogadores que vêm de contextos tão diferentes?

- Se reparares, todos eles têm algo em comum aqui. Quando me falas do Alan Ruiz ou Oriol Busquets, podes juntar o Rafa Mújica, eles tiveram uma parte da sua carreira – alguns deles ainda curta – em que foi perspetivado muito sucesso e êxito. Mas quando foram contratados estavam com dificuldades em gerir essas expetativas, ou jogar com as expetativas que tinham tido anteriormente, e estavam em dificuldades na carreira. A oportunidade que o Arouca acaba por lhes abrir, de continuarem numa Liga competitiva e com visibilidade, eles entenderam isso. Olhas para o Oriol Busquets, que vinha de um Clermont (Liga francesa) em que teve poucos minutos, o Alan Ruiz valeu milhões e estava com dificuldades na Liga argentina, e olhas para um Rafa Mújica, formação do Barcelona, ainda passou pelo Manchester City, mas não se impôs em nenhum e estava no Las Palmas com papel secundário. Quando lhes abrimos estas portas e fazemos ver que é mais uma oportunidade e que acreditamos neles, eles entenderam isso e só assim é que se explica o rendimento que tiveram.

Os números de Alan Ruiz
Os números de Alan RuizOpta by Stats Perform

- E podem servir de exemplo a jovens como o Antony, o Bruno Marques ou o João Valido… O plantel tinha uma boa mistura entre jovens talentos, jogadores sólidos e experientes.

- Sim, acabam por ser bons exemplos. Nem é preciso chamar a atenção porque eles sentem isso no balneário. Eles conhecem o percurso uns dos outros. Sabem que nada está adquirido. O Antony, o Valido e essa malta não é por fazerem um bom ano que têm que sentir que a carreira está feita. Porque lá atrás os outros eram promessas e no dia seguinte deixaram de o ser. Têm que ter a noção de que isto é uma continuidade e, lá está, todos os dias provar que são melhores do que eram ontem.

- Ao longo destes três anos conheci algumas dificuldades que o mister passou. Quando chegou tinha um plantel de Liga 3 e o objetivo era acabar numa posição tranquila, mas acaba por subir. Depois, com esse mesmo plantel consegue a manutenção na Liga e, este ano, em que teve alguma liberdade para mexer acaba por construir um plantel com nomes como o Rafa Mújica que chega e se afirma no campeonato. Como foi trabalhar com recursos limitados e o quão importante foi a prospeção de mercado?

- Temos que enquadrar isto tudo. Não deixas de ter razão em algumas coisas que dizes, mas não podemos esquecer que o projeto inicial foi a dois anos. É normal que o plantel tenha sido construído para uma subida em duas épocas. Aquilo que acabou por nos trazer mais dificuldades foi, em certa medida, o nosso êxito e o acelerar de processo logo no primeiro ano. No fundo, são as dificuldades boas. Nestes três anos mudamos a imagem de como se olhava para Arouca. Era uma ‘terrinha’ distante, difícil de lá chegar, pobre em recursos físicos… e o jogador que atuava no nosso campeonato, na nossa realidade, por vezes fugia. Se tivesse o Arouca e outra possibilidade fugia. O que nos obrigava a abrir muito mais o leque e contratar jogadores de fora com mais dificuldades de adaptação. Se não conheces a realidade, a cultura, a cidade, o campeonato… é óbvio que para construir uma ideia de jogo ou uma equipa forte e solidária, são dificuldades acrescidas.

- Ainda assim, o Arouca este ano teve jogadores que chegaram e se afirmaram. De Arruabarrena, Mujica, Sylla, Opoku… Quem é o génio por trás destas contratações, quem é que passa tanto tempo a ver vídeos e sabe que são estes os encaixes, trabalhando dentro de um orçamento?

- O mérito é partilhado, nunca é só de uma pessoa. Havia dias em que me chegava um jogador enviado pelo Flávio Soares (diretor de futebol), ou pelo Joel Pinho (diretor desportivo), outro por um empresário ou treinador amigo. Havia um trabalho exaustivo, na ausência de um departamento de scouting, em que passávamos a vida a fazer telefonemas, a ver vídeos, a ver jogos. Era o trabalho da equipa técnica, até se enquadrarem nos outros elementos: qualidade, preço e encaixe na forma de jogar. Foi um trabalho exaustivo, mas em que o mérito é repartido por toda a estrutura e equipa técnica.

Arruabarrena foi uma das estrelas da equipa
Arruabarrena foi uma das estrelas da equipaOpta by Stats Perform

- Quem foi o jogador que mais o surpreendeu ao longo destes três anos?

- Vou dar dois nomes por diferentes fatores. Em termos de valor futebolístico, o Morlaye Sylla. Porque era um miúdo que vinha de um contexto só africano, em que tínhamos algumas dúvidas na capacidade de conhecimento do jogo (europeu) e de adaptação porque vinha de um campeonato muito pouco competitivo. A verdade é que o Sylla teve um crescimento rápido, é um jogador inteligente e fez a época que fez, a jogar em mais do que uma posição. Há outros jogadores que foram influentes, mas não é disso que estamos a falar, não vou dizer o David Simão, Alan Ruiz ou o João Basso porque esses não me surpreenderam, já conhecia o valor deles e também conheciam a realidade em que estavam inseridos. Ao longo destes três anos, houve ainda mais pessoas, mas pelo papel preponderante que teve, pela pessoa que é e capacidade de unir as tais pontas que mencionei lá atrás… o Pedro Moreira.

Morlaye Sylla foi uma das revelações para Armando Evangelista
Morlaye Sylla foi uma das revelações para Armando EvangelistaOpta by Stats Perform

- Que está na equipa desde o terceiro escalão se não me engano…

- Sim, sim… É um líder pelo exemplo. Não faz esforço nenhum (para o tentar ser), é uma pessoa com princípios fantásticos.

- Acha que pode ter um futuro no futebol depois de terminar a carreira? Como treinador ou como parte de uma equipa técnica?

- Penso que sim. As pessoas com a seriedade do Pedro têm sempre lugar em qualquer lado.

- Em relação ao Basso, também está desde o terceiro escalão, acaba por subir para a Liga 2, sempre como titular, consegue a manutenção, assume a braçadeira de capitão, este ano continua a ser preponderante… Até onde pode chegar este rapaz, acha que já parou de crescer? Ainda tem 26 anos...

- Não, porque o Basso todos os dias quer superar-se. É um atleta e uma pessoa que tem uma capacidade mental extraordinária. As ideias estão muito bem arrumadas na cabeça, sabe exatamente o que pretende, onde quer chegar, o trabalho a desenvolver. Está tudo muito bem arrumado na cabeça e tem uma ambição tremenda. É essa ambição que transporta que o vai fazer continuar a crescer. Apesar de já ter atingido um grande patamar, acho que vai continuar a crescer por essa mesma ambição e as ideias estruturadas.

- Ao longo destes três anos, lembro-me que a ligação entre o clube e a vila, pelo menos no início, não estava totalmente fechada. Ao longo do tempo, sobretudo nas últimas duas épocas, nos momentos em que era mais importante, a vila uniu-se ao clube e este ano isso foi visível ao longo de toda a época. Houve algum trabalho, partindo da própria equipa técnica, de tentar aproximar os jogadores à vila?

- Foi um pouco de tudo. Foi o trabalho desenvolvido pela equipa técnica e jogadores na obtenção de resultados que ajuda sempre. Embalados por isso, o próprio clube começou a proporcionar algumas ações de cariz social nas escolas, lares e noutras instituições que fez com que aproximasse a vila ao clube. O interesse aumentou a partir dos resultados que se foram obtendo. Deu-se um passo no sentido certo para que essa proximidade acontecesse, mas parece-me que ainda há muito a fazer.

- Para fechar o capítulo de Arouca, no ano passado disse-me que gostava muito de viver lá e do modo de vida tranquilo. Como se sente agora que isso chega ao fim? E também uma palavra para os adeptos do Arouca.

- Sem dúvida que fui muito bem recebido. Foram três anos em que fui muito bem tratado, tive uma aceitação fantástica por parte da vila. É óbvio que é uma terra que me marcou e vai ter um lugar especial, três anos não se apagam. Fomos bem tratados, tivemos sucesso desportivo e profissional e isso não se apaga. Claro que fico grato aos amigos que deixei e à população em geral pela forma como nos receberam e apoiaram, mas isto não é uma despedida. Arouca é já aqui ao lado, por isso vamos – eu e equipa técnica - mantendo contacto com a vila e vamos ter esta ligação para toda a vida de certeza.

- E volta nem que seja para comer uma boa dose de vitela.

- Claro que sim! (risos).

Armando Evangelista em exclusivo ao Flashscore
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