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Habemus candidatos? Boavista cilindra Desp. Chaves (4-1) e sobe à liderança partilhada

Bozenik bisou e é o melhor marcador da Liga
Bozenik bisou e é o melhor marcador da LigaLUSA
Aos 40 segundos já se ouvia o grito do golo e aos 23 minutos já lá estavam quatro, com uma obra de arte de Bozenik pelo meio, que subiu ao trono dos melhores marcadores. Depois de uma entrada em falso, o Desportivo de Chaves surgiu de cara lavada no segundo tempo, marcou um tento de honra e só não devolveu o escândalo graças a uma exibição fantástica do guarda-redes João Gonçalves. À quinta jornada da Liga Portugal, o Boavista mostrou credenciais de candidato ao título, subindo à liderança partilhada com 13 pontos e igualando o melhor arranque de sempre, enquanto os flavienses mostraram as da descida, no fundo da tabela e ainda sem pontos.

Recorde aqui as incidências do encontro

Os axadrezados vivem uma boa fase, pelo menos dentro das quatro linhas. Fora delas, Petit fez questão de pôr água na fervura e admitiu que a equipa tem atravessado alguns problemas, nomeadamente com salários em atraso. Voltando ao relvado, o técnico fez apenas uma alteração com o regresso de Bruno Onyemaechi no lugar de Filipe Ferreira.

Escolhas iniciais e pontuações no final do jogo
Escolhas iniciais e pontuações no final do jogoFlashscore

Do outro lado, os flavienses eram - e continuam a ser - a única equipa sem pontos no campeonato. Pressionado, José Gomes fez seis mexidas em relação ao onze que perdeu na receção ao Moreirense, com destaque para a titularidade de Rúben Ribeiro.

Murphy era um otimista

O ditado da Lei de Murphy indica que "qualquer coisa que possa correr mal, vai correr mal e no pior momento possível". Há, no entanto, quem defenda que Murphy era um otimista e há ainda quem diga que os flavienses seguem, por enquanto, a mesma escola.

Seria de esperar que uma equipa que sofreu quatro derrotas e 13 golos em quatro jogos teria um pouco de mais atenção defensiva na visita a um terreno onde caiu o campeão em título na jornada inaugural... mas não. Aos 40 segundos, o Desportivo de Chaves abriu as portas e a pantera não se fez rogada. Mau passe de Hugo Souza, espaço para Makouta que serviu Bozenik na área, o avançado rematou fraco à meia volta onde Tiago Morais apareceu sozinho para, com alguma insistência, inaugurar o marcador.

Não foi preciso esperar nem fazer muito para dobrar a vantagem: processos simlpes, poucos toques e bola no fundo das redes. Bozenik recebeu no meio-campo, de costas para a baliza, conseguiu rodar e fazer um grande passe de Salvador Agra que surgiu isolado na cara de Hugo Souza e não deu hipóteses ao guarda-redes. 5 minutos, 2-0 e tudo fácil.

Uns com bola, outros com golo

É justo dizer que o Desportivo de Chaves deu 5 minutos de avanço ao Boavista. Depois do segundo golo sofrido, os flavienses começaram a assumir a posse de bola e a (tentar) controlar o jogo, mas a confiança - e a falta dela - é uma coisa danada. Quando se está bem, tudo corre às mil maravilhas, quanto tudo corre mal... É rever a matéria da Lei de Murphy.

Aos 11 minutos, numa saída rápida para o ataque sobre a direita, Pedro Malheiro tirou um cruzamento antecipado para Bozenik que recebeu de costas e, à meia volta e com a bola a saltar, disparou de forma acrobática sem hipóteses para o guardião. Que golaço do eslovaco! 

José Gomes tentava não perder a cabeça no banco e manter a frieza, motivando a equipa. Os flavienses tentaram meter alguma água na fervura e acalmar o ímpeto axadrezado... mas foi sol de pouca dura. Aos 23 minutos, na insistência de um pontapé de canto, Miguel Reisinho cabeceou para a área onde apareceu Bozenik, completamente sozinho nas costas da defesa, a dominar de peito e fazer o 4-0! O avançado isolou-se no topo da lista dos melhores marcadores com 5 golos em outros tantos jogos.

Os transmontanos só criaram perigo aos 28 minutos, num remate de Sandro Cruz por cima da trave. Rúben Ribeiro também tentou agitar as águas com uma tentativa de longa distância que saiu perto do ferro. Instatisfeito, José Gomes lançou Leandro Sanca e Kelechi Nwakali para os lugares de Sandro Cruz e Steven Vitória. Até ao intervalo, destaque ainda para uma boa oportunidade para Bozenik fazer o hat-trick.

Estatísticas ao intervalo
Estatísticas ao intervaloOpta by Stats Perform

João Gonçalves segurou a goleada

A segunda parte trouxe um jogo bem diferente. As panteras relaxaram com a vantagem no marcador e os flavienses, com o orgulho em jogo, mostraram que ainda pertencem a este campeonato. Não fosse um inspirado João Gonçalves e o escândalo poderia ter sido outro. O guarda-redes travou os golos (quase) certos de Sanca, Hector Gonzales e Ygor Nogueira com defesas de grande nível.

Fez tudo o que pôde para manter a baliza a zero e parecia ser a única exceção na apatia e passividade defensiva dos anfitriões no segundo tempo. Aos 71 minutos, uma interceção displicente de Bruno Lourenço colocou a bola nos pés de Paulo Victor, o avançado brasileiro tirou dois adversários da frente e, à entrada da área, rematou colocado para se estrear a marcar com a nova camisola.

Já em tempo de descontos, João Gonçalves voltou a brilhar ao fazer duas grandes defesas a cabeceamentos de Jô Batista e de João Pedro, de forma consecutiva. Nem os adversários resistiram à exibição do guarda-redes de 22 anos e foram cumprimentá-lo com fair-play.

Com este resultado, o Boavista igualou o melhor arranque de sempre (época 1995/96) com 13 pontos em cinco jogos.

Homem do jogo Flashscore: João Gonçalves (Boavista).

João Gonçalves fez oito defesas, a maioria de grande nível
João Gonçalves fez oito defesas, a maioria de grande nívelBoavista/Opta by Stats Perform