“Estamos numa guerra e, para conseguir ganhá-la, temos de ter todas as nossas forças apontadas na mesma direção. Se, eventualmente, há uma força, elemento ou espingarda que não está exatamente no alinhamento que desejamos, tem de sair”, explicou José Gomes na antevisão ao embate diante do Arouca para a 27.ª ronda da Liga.

O avançado peruano foi afastado do plantel principal, encontrando-se a treinar com a equipa B do Marítimo, à semelhança do extremo Léo Pereira, ao qual foi instaurado um processo disciplinar pelo clube. 

“Ou temos toda a gente a apontar para o mesmo lado, e a dar tudo aquilo que tem em prol do Marítimo, ou então prefiro ter menos, e se tiver que ir buscar mais dois, três, quatro ou cinco à equipa B ou Sub-23, prefiro do que ter gente que sei que pode dar mais e não está a dar”, adiantou o timoneiro, enfatizando que não vai “andar com paninhos quentes, porque o campeonato está a acabar e não há tempo para isso”.

Quanto a Percy Liza, o técnico garante que a decisão não é definitiva, mas que prefere “jogadores que dão 100 por cento, do que um que é mais forte, mas que às vezes só dá 20”.

O técnico maritimista admitiu que para o embate em Arouca “queria alterar o mínimo possível” na equipa que venceu o Boavista, por 4-2, na jornada transata, mas a alteração no eixo defensivo era inevitável devido ao castigo do central Moisés Mosquera, por acumulação de amarelos.

Para além da ausência do defesa colombiano, José Gomes admitiu mais alterações devido “a problemas de ordem clínica”, sem querer adiantar a quem se referia, porque “se o fizesse também estaria a partilhar com o adversário”, referindo novamente estar em ‘guerra’.

No sentido contrário, René Santos, após suspensão, regressa ao lote de opções, podendo retomar a parceria com Zainadine no centro da linha defensiva.

Sobre o adversário, José Gomes adiantou que “a posição em que se encontra na tabela classificativa não é fruto do acaso”, mas sim por se tratar de “uma equipa muito bem orientada, organizada e com uma dinâmica muito interessante”.

O treinador natural de Matosinhos adiantou ainda que o Arouca “não está numa fase de relaxamento, mas sim numa clara luta por uma posição europeia”, tal como o Marítimo por manter 'assento' na Liga na próxima temporada.

“É uma equipa que tem toda a legitimidade para pensar na Europa. Tem um jogo interior muito forte, mas também tem velocidade nos corredores. Vai ser um jogo difícil e compete-nos ter estudado e percebido qual é a dinâmica deles e anular aquilo em que são fortes”, concluiu.

O Marítimo, na 16.ª posição, com 19 pontos, visita o Arouca, quinto, com 41, no sábado, às 15:30, para a 27.ª jornada da Liga, com arbitragem de Nuno Almeida da Associação de futebol do Algarve.