"Consigo ver um pouco de mim no estilo do Diogo Jota. É um grande jogador", diz Jota Silva, em entrevista ao The Guardian, onde é intitulado de "o Grealish português".

Jota Silva fala de Cristiano Ronaldo "como um exemplo" para toda uma geração de futebolistas e fala da sua carreira, do Sousense até ao Vitória, clube que já tem um lugar no seu coração.

"É um grande clube, os adeptos são muito apaixonados pelo clube e pela cidade", afirma o extremo português.

"O Vitória dá-nos as melhores condições para estarmos ao nosso melhor nível e ajudar o clube a atingir os seus objetivos. Com esta base de apoio que nos acompanha para todo o lado, tudo se torna mais fácil", acrescenta Jota Silva, que elogia os seus companheiros, nomeadamente Tomás Händel, Tiago Silva e Ricardo Mangas.

Jota Silva é, porém, a grande figura deste Vitória, tendo já despertado a atenção de clubes como o Wolverhampton e o AC Milan.

Quando estava na UD Sousense, com 17 anos, uma placagem de um guarda-redes adversário na pré-época deixou Jota Silva com uma perna partida. Recuperou, não só desse contratempo, mas também de ter sido dispensado em 2021 pelo Leixões.  Entre uma época e outra, passou pelo Paços de Ferreira.

"A minha passagem pelo Paços de Ferreira, no meu último ano de júnior, foi extremamente importante", lembrou.

"Foi a primeira vez que tive contacto com um clube profissional e tão bem organizado. Adorei estar lá e foi incrível e importante para o meu desenvolvimento", reconheceu Jota Silva, falando dos 150 euros de ordenado no Sousense até à Seleção Nacional.

A maior parte da família de Jota Silva é do Norte e a sua aldeia natal, Vilarinho, fica a uma hora do Estádio do Dragão, no Porto, a equipa que a maioria dos seus entes queridos apoia.

"É uma aldeia pequena, em Gondomar, onde toda a gente se conhece, e poder estar à vontade na rua a jogar futebol é sempre bom", explicou Jota Silva.

"Tive uma infância fantástica. É assim que jogo agora", reconheceu.

"A comida é muito boa no norte. Não trocava os cozinhados da minha mãe por nada", acrescentou, assumindo que seu prato preferido é o arroz de cabidela, um prato nativo da região do Minho, em que o arroz e o frango são cozinhados com vinagre, sangue de galinha e especiarias.

Jota descreve-se como "caseiro", em contacto com as suas origens mais modestas.

"Não tinha boas condições nos clubes onde joguei no início da minha carreira, mas tinha de mostrar resultados. Isso fica sempre comigo e molda a minha personalidade. Um lema que levo para a minha vida é que não é preciso muito para ser feliz. O sucesso depende do trabalho e se queres ter sucesso tens de trabalhar muito", afirmou.