Foi na passada sexta-feira, dia 16 de fevereiro, na abertura da 22.ª jornada do campeonato, que aos 71 minutos do Famalicão-Rio Ave, depois de Cádiz ter bisado momentos antes, colocando a equipa da casa em vantagem, que Luís Freire, treinador dos vila-condenses, olhou para o banco, nem pestanejou e lançou em campo Adrien Silva.
O médio internacional português de 34 anos, um dos vários reforços de inverno do Rio Ave, fazia a sua estreia com a camisola dos vila-condenses, num regresso ao campeonato português, de onde saiu em 2017/2018, trocando o Sporting pelo Leicester City.
Vinte minutos depois de ter entrado em campo, Adrien Silva teve ocasião soberana para marcar a sua estreia nesta Liga com um golo. Puma Rodrígues derrubou Vrousai, outro reforço de inverno na área, e Artur Soares Dias apontou para a marca de grande penalidade. Adrien pegou na bola, assumiu a responsabilidade e, aos 90+1 minutos, permitiu a Luiz Júnior, guarda-redes do Famalicão, brilhar uma vez mais entre os postes.
"Na grande penalidade, havia duas opções, ou repetia o Aziz e se falhasse estávamos a falar do mesmo, porque é que não trocou? O Adrien foi um jogador que bateu na Seleção Nacional, bateu sempre no Sporting, é um jogador que está habituado a assumir a responsabilidade de bater. Era um momento importante. Ele acabou por pedir por bater. E tem a confiança também para o fazer. E acabou por desperdiçar. E quando nós não ganhamos a culpa é sempre do treinador. Não é do jogador, que fique bem claro", explicou Luís Freire no final da partida.
A verdade é que Adrien Silva é aquilo a que se pode chamar um especialista a marcar penáltis. Há sete anos que o médio não falhava um castigo máximo, mais precisamente desde um jogo com o SC Braga, em 2016/2017, com a camisola do Sporting. Pelos leões, o médio marcou 22 golos de penálti e durante a carreira falhou apenas cinco, com uma taxa de conversão de 83,8 por cento.
Uma estreia que tinha tudo para ser perfeita, mas Adrien Silva falhou na altura decisiva, Luiz Júnior defendeu o penálti e o Famalicão venceu mesmo, por 2-1.
Porém, olhando para o renovado e fortalecido plantel do Rio Ave, identificando pontos de qualidade inquestionável, de Costinha a João Teixeira, passando, claro está, por Adrien Silva ou mesmo Vrousai, todos trabalhados por um treinador que, apesar de jovem, tem provas dadas, como Luís Freire, há a plena convicção de que o regresso de Adrien Silva a Portugal tem tudo para acabar com um final feliz - leia-se, a manutenção vila-condense no principal escalão do futebol português.
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