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Para os canarinhos, as contas eram fáceis de se fazer: uma vitória garantia, desde já, a manutenção. Ricardo Soares lançou Delos no lugar do castigado Tiago Santos e manteve a confiança no restante onze que alinhou na jornada passada, no desaire por 1-0 frente ao Boavista.
Para os arouquenses também: um ponto bastava para selar a qualificação para a Liga Conferência Europa, três pontos e o emblema poderia manter o quinto lugar que dá acesso à Liga Europa numa luta a dois com o Vitória de Guimarães. A turma de Armando Evangelista vinha de duas derrotas seguidas, a última em casa com o FC Porto (0-1), e contou com os regressos de Tiago Esgaio, Uri Busquets e o capitão João Basso à equipa inicial.
O vento fazia-se sentir na Amoreira e dificultava, principalmente, as bolas colocadas nas costas das defesas. Mais habituados a estas andanças, a equipa da Linha criou os primeiros sobressaltos, primeiro num cabeceamento de Bernardo Vital intercetado por Esgaio, e, depois, Tiago Gouvia rompeu bem na área, mas perdeu espaço e a defesa afastou o perigo.
O Arouca respondeu através de bola parada, numa dupla oportunidade com dois bloqueios por parte de homens do Estoril, antes de Anthony ser substituído por Arsénio devido a uma lesão muscular.
O jogo ficou mais cerebral e, por isso, menos espetacular até que, aos 33 minutos, Rafa Mujica rematou em arco para fora do alcance de Dani Figueira e só o ferro impediu o golo do avançado espanhol.
No entanto, o lance mais importante acabou por pertencer aos estorilistas: aos 40 minutos, Hélder Malheiro assinalou uma falta de Alejandro Marqués sobre Uri Busquets na área arouquense, no seguimento Tiago Gouveia introduziu a bola na baliza, mas o golo não contou porque o apito já tinha soado.
Sem alterações ao intervalo, o Arouca regressou melhor ao relvado com Arsénio a testar a atenção de Dani Figueira que não vacilou. Pouco depois, respondeu o Estoril com um dos falhanços do ano para Tiago Gouveia, poupado ao embaraço pelo apito de fora-de-jogo a Carlos Eduardo, que tirou um cruzamento perfeito para o extremo encostar o segundo poste.
O lance fez crescer os índices de inspiração dos anfitriões: Guitane tirou dois defesas da frente e rematou para intervenção apertada de De Arruabarrena, no canto João Carvalho cruzou para a pequena área e o vento levou a bola a bater na trave. O médio levou as mãos à cabeça, mas ainda viria a saltar de alegria.
É que cinco minutos depois, encheu-se de fé e rematou forte e cruzado ao ângulo contrário da baliza do Arouca. Com ou sem vento, tratou-se de um dos melhores golos desta edição da Liga Portugal, que fechou a porta à despromoção e garantiu mais uma época do Estoril no principal escalão.
O Arouca só conseguiu responder perto do fim pelo recém-entrado Bruno Marques, que cabeceou contra o corpo de Dani Figueira depois de um bom cruzamento de David Simão.
Já nos descontos, os recém-entrados Cassiano e Rodrigo Martins saíram em contra-ataque, o avançado lançou o remate do médio na área que bateu nos defesas e sobrou para a pequena área onde estava lá o brasileiro para confirmar a vitória e a manutenção na Liga Portugal.
Homem do jogo Flashscore: João Carvalho (Estoril Praia).