Ainda antes do apito inicial, o Estádio do Dragão rendeu homenagem a Silvestre Varela, o avançado que atuou na equipa B nas últimas duas épocas colocou um ponto final na carreira e despediu-se dos adeptos a quem deu as maiores alegrias. Dentro das quatro linhas, Sérgio Conceição voltou a apostar em Uribe e Evanilson, as únicas duas mexidas no onze em relação à vitória na última jornada em Famalicão (2-4).
Do outro lado, os minhotos queriam confirmar o quinto lugar - outra das lutas ainda em aberto do campeonato - e chegavam ao terreno do campeão nacional com quatro vitórias consecutivas. Moreno promoveu três alterações - Maga, Tounkaré e Dani Silva -, mas teve um início de jogo para esquecer.
Logo aos dois minutos, Tomas Handel adiantou demasiado a bola e na ânsia de a recuperar acertou com os pitões em cheio no tornozelo de Uribe e Artur Soares Dias tirou do bolso o cartão vermelho direto.
À procura de um milagre
O FC Porto precisava de vencer e esperar por um milagre vindo de Lisboa para materializar a miragem do título. Em caso de empate do Benfica, os dragões precisariam de ganhar por uma diferença superior a 11 golos.
E não demorou muito até que tomassem partido da vantagem numérica. Num canto a favor dos vitorianos, Pepê arrancou à saída da área, correu o campo todo, travou na cara de Bruno Varela e ofereceu o golo a Taremi, que reforçou a liderança no trono dos melhores marcadores.
O mote estava dado e os portistas não perderam tempo a ir buscar a bola ao fundo da baliza. A tática era simples: atacar, marcar, repetir, numa primeira parte avassaladora que não dava tempo aos defesas para respirar: em lances consecutivos, Evanilson ficou perto do golo num belo movimento que acabou num remate acrobático ao lado do poste e Pepê fez um golaço de pé esquerdo, mas estava em posição adiantada.
Sem resposta para a desvantagem numérica e no marcador, Moreno mexeu para evitar o descalabro. Aos 23 minutos, entraram Tiago Silva e Zé Carlos para os lugares de Jota Silva e Mikey Johston na tentativa de estancar o ímpeto ofensivo dos anfitriões e até começou por dar resultado...
Só que, numa rara tentativa de ataque do Vitória de Guimarães, o FC Porto recuperou a bola, Galeno conduziu pelo flanco esquerdo, serviu Otávio com um passe horizontal para a entrada da área e o luso-brasileiro armou um remate rasteiro e cruzado para o segundo golo da partida.
Sete minutos volvidos e foi a vez de Taremi assumir o papel de facilitador, com um grande passe picado que Evanilson não desperdiçou, rematando forte e cruzado para o terceiro golo do encontro.
Apesar das más notícias vindas de Lisboa (o Benfica ganhava por 2-0), a turma de Sérgio Conceição continuou a carregar no acelerador e só não fez mais um porque Bruno Varela travou o remate de Taremi.
Ouvidos em Lisboa e cabeça no Jamor
No regresso dos balneários, Hélder Sá entrou para o lugar de Afonso Freitas, mas de resto nada mudou. Logo na primeira jogada, Taremi desperdiçou o bis em zona muito promissora e, nem 10 minutos após o reinício, Marcano juntava-se aos companheiros do ataque para corresponder a cruzamentos, com Uribe a recuar para junto de Pepe.
De Lisboa chegavam notícias do terceiro golo do Benfica que praticamente confirmava a ida do troféu para a vitrine das águias. Sérgio Conceição não perdeu tempo a pensar no Jamor: de uma assentada saíram Evanilson, Galeno e Pepe, rendidos por Toni Martínez, Verón e Rodrigo Conceição.
O ritmo diminuiu e os vimaranenses conseguiam ter a posse de bola durante mais tempo, mas ainda assim Taremi voltou a ficar perto de fazer o seu segundo golo no jogo, mas Varela leu bem a tentativa de chapéu e, na recarga, Bamba afastou o perigo em cima da linha.
Até ao apito final, foi notória a gestão por parte dos azuis e brancos, enquanto os alvinegros foram espreitando algumas aproximações à área contrária, sem grande perigo para Diogo Costa que foi mais um dos mais de 42.000 espetadores do encontro, apesar de um cabeceamento em zona promissora de Jorge Fernandes que saiu perto do poste.
Com o resultado final, Taremi confirmou - à partida - o título de melhor marcador do campeonato, com 21 golos (faltando ainda um jogo do SC Braga que tem Ricardo Horta com 13 golos) e vai disputar a final da Taça de Portugal com confiança reforçada. Por outro lado, o Vitória de Guimarães fechou hoje a época caindo para o sexto lugar do campeonato, mas com a certeza de começar a próxima temporada nas competições europeias.
Homem do jogo Flashscore: Mehdi Taremi (FC Porto).
