Recorde as principais incidências da partida
Ainda antes do futebol jogado, uma imagem que deve ficar para a história. Pelas piores razões. Com sérias dificuldades financeiras, o Boavista teve dois treinos cancelados na semana de preparação do encontro em Moreira de Cónegos, devido a salários em atrasos a funcionários, e isso afetou indubitavelmente o trabalho de Petit.
Não foi desculpa. O treinador dos axadrezados destacou a postura "exemplar" dos seus jogadores e não é para menos. Pese todos os problemas extra-campo, que em nada dignificam o futebol português, a equipa portuense tem sido uma das grandes sensações deste arranque de temporada e pisa terrenos tranquilos na tabela classificativa.
Agora, no que ao futebol diz respeito, Petit teve outros problemas com que se preocupar. Tiago Morais cumpria um jogo de castigo e havia a necessidade de encontrar uma solução. O médio Makouta, habitualmente no papel de destruidor, foi o escolhido.
Contra um Moreirense em crescendo, o Boavista sentiu algumas dificuldades nos primeiros minutos do encontro e concedeu ao adversário a iniciativa e os cónegos não rejeitaram esse papel.
Dos golos ao desperdício
A confiança que reina no conjunto de Rui Borges permitiu praticar um futebol agradável à vista e as oportunidades começaram a aparecer muito cedo - Gonçalo Franco (7 minutos) e Kodisang (10) foram os primeiros a aparecer com relativo perigo junto à baliza de João Gonçalves.
Ainda assim, o Boavista segurou-se firme e deu uma resposta muito mais eficaz. Aos 21 minutos, Seba Pérez trabalhou muito bem pelo flanco direito, combinou com Bruno Lourenço e cruzou para um desvio infeliz de Marcelo para o interior da própria baliza.
Gonçalo Franco esteve perto do empate, aos 28, mas foi André Luís a restabelecer a igualdade já depois da meia hora de jogo. Numa jogada com cabeça, tronco e membros, a bola passou pelos pés do irreverente Alanzinho e o brasileiro serviu para o compatriota André Luís rematar a frio para o 1-1.
Já no segundo tempo, o jogo abrandou ligeiramente, mas as duas equipas tiveram lances claros para desfazerem o empate. Primeiro, aos 58 minutos, Bozenik desperdiçou um golo cantado na cara de Kewin e mais tarde, aos 77, foi a vez de Pedro Aparício fazer tudo bem, exceto o último remate, na baliza contrária.
Na sequência de um roubo de bola a Makouta, o camisola 10 dos cónegos deitou literalmente Chidozie no chão e falhou o alvo. O médio tinha tudo para ser o herói da partida e acabou por levar mesmo as mãos à cabeça.
Contas feitas, no Dia Mundial do Sorriso, Boavista e Moreirense saem deste encontro de sorriso amarelo. Um pontinho para cada lado e ponto final.