Paulinho sempre foi um nome delicado no universo leonino. Defendido por Rúben Amorim, criticado pelas bancadas que não hesitavam em apontar o parco recorde de golos do avançado luso (na época passada marcou cinco tentos em 22 partidas no campeonato).

Em 2023/24 a situação inverteu-se. Após muitos clamores por um novo ponta-de-lança chegou Gyökeres por 20 milhões de euros do Coventry para liderar o ataque leonino. Paulinho estava destinado a ficar na sombra do sueco, mas assumiu o papel de estrela.

Com três jornadas decorridas apontou quatro golos em três jogos na Liga e bem que se pode dizer que valeu nove pontos à turma de Rúben Amorim, já que foi o autor dos golos que garantiram as vitórias contra Vizela, Casa Pia (um deles com um fora de jogo mal ajuizado) e Famalicão.

O que mudou em Alvalade para este renascimento do avançado de 30 anos?

Pela segunda vez desde que chegou ao Sporting, Paulinho teve um parceiro no ataque. E se a experiência com Slimani não foi muito favorável, o casamento com Gyökeres está a trazer rendimentos ao internacional português. Está a jogar mais longe da baliza, mas a apresentar mais golo.

O sueco de 25 anos chegou para liderar a linha ofensiva e é isso que tem feito. O homem mais avançado do trio de frente, é sempre procurado pelos colegas para esticar o jogo e aproximar a equipa da linha da frente.

Paulinho surgiu no lado esquerdo da frente de ataque, mas são rara as vezes que dá largura esperada de um extremo. O avançado deriva para o meio e promove combinações, um dos pontos fortes.

Além disso, a derivação de Gyökeres normalmente para os flanco, onde encontra mais espaço para carregar a bola, arrasta consigo a atenção dos defesas e promove espaços para Paulinho surgir em zona de finalização, normalmente aproveitando a excessiva atenção que é dada ao internacional sueco.

Ou seja, Paulinho está a tocar menos vezes com a bola na área, mas a ser mais eficaz pois goza de mais tempo para se posicionar corretamente, fruto da inteligência que possui e é um dos atributos inegável.

Aquilo que parecia ser um plano B para Rúben Amorim – entrar com os dois avançados do plantel no onze – parece estar cada vez mais a ser um plano A. Gyökeres torna-se um factor diferenciado no plantel leonino e permite a Paulinho afastar a pressão e mostrar a sua melhor versão (pelo menos em termos de números) com a camisola leonina.