Proença: "Se Mário Costa não tivesse renunciado, estávamos preparados para renunciar"

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Proença: "Se Mário Costa não tivesse renunciado, estávamos preparados para renunciar"

Atualizado
Pedro Proença lamenta acontecimentos a envolver Mário Costa
Pedro Proença lamenta acontecimentos a envolver Mário CostaLUSA
O presidente da Liga Portugal quebrou esta sexta-feira o silêncio sobre o caso de tráfico humano que envolveu esta semana o nome de Mário Costa, agora ex-presidente da Mesa de Assembleia Geral do organismo que tutela as competições profissionais.

Num extenso comunicado onde começa por explicar que "os últimos dias foram dos mais difíceis" que viveu como líder da instituição, Proença assume-se surpreendido com as notícias.

"Por mais numerosos que sejam os momentos críticos geridos pelo presidente de uma instituição com a envergadura e a dimensão da Liga Portugal, o período que se seguiu ao momento em que tomei conhecimento, perplexo e pela Comunicação Social, das notícias que envolviam o Dr. Mário Costa constituiu uma total surpresa para mim", pode ler-se.

Leia o comunicado na íntegra

"Não está, nem nunca esteve, em causa o princípio de presunção de inocência, um direito constitucional consagrado a qualquer cidadão, não restem disso quaisquer dúvidas. Porém, a Liga Portugal tem-se batido, nos últimos oito anos, pela defesa de princípios e valores éticos, de transparência e idoneidade, que são reconhecidos e validados por normas anticorrupção e por certificações que distinguem rigorosos mecanismos de gestão e boa governação, de que muito nos orgulhamos", prossegue a missiva.

Pedro Proença garante ainda que, caso Mário Costa não tivesse apresentado o seu pedido de demissão ao cargo que ocupava na Liga, estava pronto para ele próprio renunciar à presidência para a qual foi novamente empossado há pouco mais de uma semana.

"Posso afirmar hoje, por ser a primeira vez que publicamente abordo o assunto, que caso não tivesse ocorrido a renúncia ao cargo por parte do Presidente da Mesa da Assembleia Geral durante a reunião de urgência para a qual convoquei os presidentes dos três Órgãos Sociais que compõem a Liga Portugal, estávamos, eu e os presidentes do Conselho Jurisdicional e do Conselho Fiscal, preparados e alinhados para renunciarmos aos cargos para os quais fomos empossados há pouco mais de uma semana", escreve.

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"Os danos reputacionais que potencialmente poderiam ser infligidos à Liga Portugal por ver-se, ainda que de forma indireta, associada às notícias que ocuparam boa parte do espaço mediático tornariam, caso se mantivessem, insustentável a minha continuidade na presidência da Instituição", completa.

O presidente da Liga anunciou ainda que irão ser reforçados os mecanismos de escrutínio prévio da idoneidade de todos os membros dos Órgãos Sociais, Direção, Direção Executiva e colaboradores da Liga Portugal.

"Um dos eixos estratégicos que apresentei no meu Programa Eleitoral para 2023-27 foi o de garantir que a Liga Portugal Liderará pelo Exemplo. Exemplo das boas práticas de governação. Exemplo de ética. Exemplo de transparência", defende.

"Não abdicarei desses princípios e serei sempre intransigente na defesa do bom nome da Liga Portugal", remata.

Mário Costa acusado de alegadas práticas de tráfico humano
Mário Costa acusado de alegadas práticas de tráfico humanoLIGA PORTUGAL

Mário Costa assegura que não cometeu "nenhum ilícito criminal"

Recorde-se que Mário Costa, enquanto presidente da Bsports, também já se manifestou publicamente. O ex-presidente da mesa da AG da Liga defende que não praticou “nenhum ilícito criminal”, depois de a sua residência ter sido alvo de buscas.

“No seguimento das notícias divulgadas hoje na comunicação social, venho esclarecer que no âmbito das investigações em curso prestei toda a colaboração às entidades competentes, tendo ainda manifestado total disponibilidade para fornecer os esclarecimentos que sejam necessários”, referiu numa nota.

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Também a Bsports, que se descreve como “uma academia de alto rendimento”, confirmou, em comunicado, as buscas suas instalações em Riba d’Ave, esclarecendo que “no âmbito das mesmas prestou toda a cooperação com as entidades competentes, mais tendo manifestado total disponibilidade para fornecer os esclarecimentos e informações que sejam solicitados no âmbito do processo em curso”.

Na sequência de toda a polémica, o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) instaurou um processo a Mário Costa.

“Compete ao CJ da FPF o exercício do poder disciplinar sobre os titulares dos órgãos sociais dos sócios ordinários da FPF, como é o caso da LPFP, pelos atos praticados no exercício da sua função de dirigentes”, esclareceu o órgão federativo, no comunicado assinado pelo seu presidente, Luís Verde de Sousa.