Num extenso comunicado onde começa por explicar que "os últimos dias foram dos mais difíceis" que viveu como líder da instituição, Proença assume-se surpreendido com as notícias.
"Por mais numerosos que sejam os momentos críticos geridos pelo presidente de uma instituição com a envergadura e a dimensão da Liga Portugal, o período que se seguiu ao momento em que tomei conhecimento, perplexo e pela Comunicação Social, das notícias que envolviam o Dr. Mário Costa constituiu uma total surpresa para mim", pode ler-se.
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"Não está, nem nunca esteve, em causa o princípio de presunção de inocência, um direito constitucional consagrado a qualquer cidadão, não restem disso quaisquer dúvidas. Porém, a Liga Portugal tem-se batido, nos últimos oito anos, pela defesa de princípios e valores éticos, de transparência e idoneidade, que são reconhecidos e validados por normas anticorrupção e por certificações que distinguem rigorosos mecanismos de gestão e boa governação, de que muito nos orgulhamos", prossegue a missiva.
Pedro Proença garante ainda que, caso Mário Costa não tivesse apresentado o seu pedido de demissão ao cargo que ocupava na Liga, estava pronto para ele próprio renunciar à presidência para a qual foi novamente empossado há pouco mais de uma semana.
"Posso afirmar hoje, por ser a primeira vez que publicamente abordo o assunto, que caso não tivesse ocorrido a renúncia ao cargo por parte do Presidente da Mesa da Assembleia Geral durante a reunião de urgência para a qual convoquei os presidentes dos três Órgãos Sociais que compõem a Liga Portugal, estávamos, eu e os presidentes do Conselho Jurisdicional e do Conselho Fiscal, preparados e alinhados para renunciarmos aos cargos para os quais fomos empossados há pouco mais de uma semana", escreve.
"Os danos reputacionais que potencialmente poderiam ser infligidos à Liga Portugal por ver-se, ainda que de forma indireta, associada às notícias que ocuparam boa parte do espaço mediático tornariam, caso se mantivessem, insustentável a minha continuidade na presidência da Instituição", completa.
O presidente da Liga anunciou ainda que irão ser reforçados os mecanismos de escrutínio prévio da idoneidade de todos os membros dos Órgãos Sociais, Direção, Direção Executiva e colaboradores da Liga Portugal.
"Um dos eixos estratégicos que apresentei no meu Programa Eleitoral para 2023-27 foi o de garantir que a Liga Portugal Liderará pelo Exemplo. Exemplo das boas práticas de governação. Exemplo de ética. Exemplo de transparência", defende.
"Não abdicarei desses princípios e serei sempre intransigente na defesa do bom nome da Liga Portugal", remata.
Mário Costa assegura que não cometeu "nenhum ilícito criminal"
Recorde-se que Mário Costa, enquanto presidente da Bsports, também já se manifestou publicamente. O ex-presidente da mesa da AG da Liga defende que não praticou “nenhum ilícito criminal”, depois de a sua residência ter sido alvo de buscas.
“No seguimento das notícias divulgadas hoje na comunicação social, venho esclarecer que no âmbito das investigações em curso prestei toda a colaboração às entidades competentes, tendo ainda manifestado total disponibilidade para fornecer os esclarecimentos que sejam necessários”, referiu numa nota.
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Também a Bsports, que se descreve como “uma academia de alto rendimento”, confirmou, em comunicado, as buscas suas instalações em Riba d’Ave, esclarecendo que “no âmbito das mesmas prestou toda a cooperação com as entidades competentes, mais tendo manifestado total disponibilidade para fornecer os esclarecimentos e informações que sejam solicitados no âmbito do processo em curso”.
Na sequência de toda a polémica, o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) instaurou um processo a Mário Costa.
“Compete ao CJ da FPF o exercício do poder disciplinar sobre os titulares dos órgãos sociais dos sócios ordinários da FPF, como é o caso da LPFP, pelos atos praticados no exercício da sua função de dirigentes”, esclareceu o órgão federativo, no comunicado assinado pelo seu presidente, Luís Verde de Sousa.