Recorde aqui as incidências do encontro
Depois da vitória por 2-0 na receção ao Backa Topola, o SC Braga recebeu a honra de ser o anfitrião do primeiro jogo da época 2022/23. Artur Jorge fez três mudanças no onze, lançando Saatci, Paulo Oliveira e André Horta no lugar de Niakaté (castigado), José Fonte e Pizzi.
Por outro lado, após a derrota por 3-2 diante do Belenenses para a Taça da Liga, João Pedro Sousa mexeu em cinco peças: entraram Limatta, Otávio, Martin Aguirregabiria, Dobre e Zaydou. A figura-maior da equipa, Iván Jaime, associado a uma transferência para o FC Porto, mostrou-se "indisponível para competir".
Nova época, o mesmo Horta
Fábio Veríssimo soou o apito e a bola voltou a rolar na Liga Portugal. Desde cedo, os bracarenses visaram a baliza adversária, mas até o mais otimista dos adeptos não esperava um arranque tão bom: ao primeiro remate, o primeiro golo.
Aos nove minutos, depois de Zaydou Youssouf ter visto o primeiro cartão amarelo da campanha, o capitão assumiu a marcação de um livre a cerca de 30 metros da baliza e não hesitou: um remate forte e colocado foi o suficiente para ultrapassar Luiz Junior, que não fica isento de culpas.
O Famalicão não se deixou afetar e logo a seguir Matheus brilhou ao negar o empate a Alex Dobre.
Num início de jogo de loucos, o SC Braga respondeu logo a seguir, com André Horta a cruzar para um remate de primeira de Bruma, defendido a meias Luiz Junior e a trave da baliza.
A torneira de oportunidades fechou momentaneamente, embora os anfitriões estivessem sempre em controlo. Aos 27 minutos, valeu Aguirregabiria a evitar o golo certo de Ricardo Horta com um grande corte.
Os famalicenses voltaram a ameaçar a baliza de Matheus com uma boa jogada no flanco esquerdo, em que Francisco Moura soltou e recolheu o esférico na área, onde rematou cruzado perto do poste.
Ao intervalo, mantinha-se a vantagem mínima.
Melhor estreia era difícil
O segundo tempo arrancou sem alterações e com um Famalicão mais atrevido, a colocar muitos elementos em lances de ataque e com o SC Braga à espreita do contra-golpe. João Pedro Sousa foi o primeiro a ir buscar soluções ao banco, com as entradas de Oscar Aranda e Afonso Rodrigues.
Ambos viriam a ter um papel preponderante - já depois de mais alterações dos dois lados -, mas primeiro foi o português a aproveitar uma bola solta em zona central para dominar e rematar forte e colocado, superando o melhor esforço de Matheus. Que grande golo do jovem de 20 anos na sua estreia na Liga Portugal.
Respondeu Abel Ruiz com uma boa incursão que deixou Ricardo Horta em posição privilegiada para voltar à vantagem, mas, na altura do remate, apareceu Francisco Moura de carrinho a bloquear o remate.
Caldo entornado
Os minutos corriam, a frustração crescia e os últimos 10 minutos mostraram que há coisas que não mudam no futebol português: Gustavo Assunção agarrou a bola depois de uma falta assinalada para o SC Braga, Borja empurrou-o, Zalazar tentou levantá-lo e o caldo entornou-se.
Fábio Veríssimo resolveu a contenda com um amarelo para cada lado... e um vermelho para o banco bracarense. Fora das quatro linhas, o repórter da Sport TV notou "incidentes lamentáveis" e agressões adeptos nas bancadas. Herman diria que não havia necessidade, mas quem acompanha o campeonato já está habituado a estas quezílias. O que estava a ser bonito tornou-se feio e o bom futebol das duas equipas transformou-se numa batalha disputada a cada lance.
No primeiro dos 12 minutos de compensação - uma novidade para esta campanha -, Riccieli ficou perto de gelar a Pedreira com um cabeceamento ao segundo poste por cima da trave e, logo de seguida, Francisco Moura serviu Aranda que atirou por cima já perto da pequena área.
Toque de Midas para a história
Aranda estava a ser uma autêntica dor de cabeça para a defesa bracarense, apesar de só ter chegado ao novo clube na terça-feira. Aos 90+5 minutos, deixou de ameaçar e passou a concretizar: uma grande jogada individual do jovem espanhol deixou adversários pelo caminho antes de, descaído sobre a esquerda já dentro da área, rematar em arco para fora do alcance de Matheus.
Que golo, que jogador e que discernimento de João Pedro Sousa a tirar dois trunfos da manga para gelar a Pedreira. 1.200 adeptos famalicenses fizeram a festa nas bancadas depois de um resultado histórico: foi a primeira vitória de sempre em casa do rival minhoto e a 100.ª vitória na Liga Portugal.
Homem do jogo Flashscore: Oscar Aranda (Famalicão).
