Rui Costa: "Aponto baterias ao panorama interno e internacional, temos de ser ambiciosos"
Estratégia: "A estratégia delineada para este ano é seguir o que fizemos desde o ano passado, alimentar uma estratégia criada há quatro anos no meu mandato que visa a área desportiva. Queremos reforçar a equipa principal, baseando numa maior qualidade, em número de ativos mais reduzido, privilegiando a parte desportiva e procurando reforçar com elementos que consideremos fundamentais e que venham colmatar algumas debilidades. Há um ano tivemos de remodelar muito da equipa que iniciou há um ano, este ano não era tão evidente e procurámos reforçar sectores chave, balanceando com a estratégia financeira, salvaguardando essa estratégia também. Acredito que foi um mercado competitivo e que nos deixa em posição privilegiada".
Entradas de jogadores: "Estou muito satisfeito e muito otimista. Foram aquisições ponderadas, que não foram de recurso e bem analisadas. Foi fácil chegarmos aos alvos que pretendíamos. São jogadores que já acompanhávamos há de um ano e tenho a certeza que serão mais-valia para o clube no futuro. Di María assinou por um ano, mas tenho esperança que consiga fazer mais umas épocas. Kokçu é a aquisição mais cara do Benfica, já estava identificado por nós há bastante tempo e, quando saiu o Enzo, podia ter sido contratado nessa altura. É um jogador que não nos deixa dúvidas. O Arthur já estava identificado desde o tempo do Basileia e o Roger Schmidt também o tentou levar para o PSV. Depositamos grandes esperanças, mas temos de lhe dar tempo. A saída de Grimaldo obrigou à contratação de outro lateral. O Jurásek é mais um jogador que precisa de tempo. Trubin não estava inicialmente nos nossos planos porque era inalcansável, estava referenciado por toda a Europa".
Di María: "Fechou contrato com o Benfica um mês antes da apresentação porque tinha vontade de regressar ao Benfica. Falar do investimento no Di María e acho que não é justo para o Di María. O Di María veio para o Benfica sem ultrapassar o teto salarial, sem receber prémio de assinatura. Veio unicamente com o salário, não mais do que isso. O Di María nem sequer quis saber qual é o teto salarial e acreditou na minha palavra. Toda a gente já percebeu a alegria que este senhor tem em jogar com a nossa camisola. Fico muito feliz pela vinda dele".
Gonçalo Guedes: "É exatamente na mesma linha. Está a recuperar de lesão, depois de ter sido operado. Tem muita crença e vontade em representar o clube. Fica no Benfica por aquilo que pode dar à equipa e a todo o plantel. É um jogador que é do Wolverhampton e é impossível chegarmos ao valor que ele tem lá fora. Acompanhámos toda a recuperação da lesão e sabemos em que patamar é que ele está. Temos as garantias claras de que ele estará a treinar com a equipa no final do mês".
Bernat: "Tem um perfil diferente do Jurásek. Protegemos o lado esquerdo da defesa com dois perfis diferentes. Creio que um vai ajudar o outro. É um jogador que sempre ponderámos porque sabíamos que podia sair do PSG. Consideramos que seja uma grande mais-valia para o plantel. É um jogador maduro, com grande experiência internacional e de Liga dos Campeões".
Aursnes: "O Aursnes não é um tapa-buracos. É o jogador mais versátil que conheço. Tomara termos mais Aursnes. Joga a lateral por estratégia e mobilidade, não por falta de jogadores. Temos um plantel de 25 jogadores, mais apetrechado. Acho que estamos mais fortes que o ano passado em termos de plantel".
João Victor: "Foi emprestado por excesso de defesas-centrais. Há o aparecimento de Morato e do António Silva, e o João Victor acabou por estar lesionado e a recuperar de lesão. Tivemos de o emprestar para França. Jogou muitos jogos a lateral-direito e permite-nos ter mais um central e um lateral. O João acaba por ter essas duas vertentes".
Saídas do plantel: "No futebol depende sempre de como quisermos analisar as coisas. O Weigl estava emprestado e apareceu a possibilidade de continuar lá, já que não havia a possibilidade de ficar neste plantel. Gilberto teve uma proposta interessante em janeiro. Na altura preferimos não alterar o plantel e acabou por ficar no plantel. Começou a perder espaço e tinha a vontade de voltar ao Brasil. Também podemos encaixar aqui o Ristic. Luís Semedo entendeu que a proposta efetuada pelo Benfica não era adequada. Tinha dúvidas e pouca paciência em esperar. O Rafael Brito esteve emprestado ao Marítimo e entendemos fazer esta parceria com o Casa Pia. O Jota foi uma venda que acreditávamos ter o potencial de revenda. Libertámos o Seferovic por não ter uma proposta firme neste último ano de contrato".
Custos do plantel: "O custo deste plantel não subiu nem um euro em termos de salários, porque conseguimos condicionar os empréstimos e os valores despendidos em jogadores que não estavam no plantel. Podemos assim ter plantéis mais fortes. São casos plenos da estratégia e manobra financeira".
Vlachodimos: "Não deixa de ser uma situação sensível, não vou dizer que não aconteceu nada. O Vlachodimos representou o Benfica cinco anos e merece respeito. A vinda do Trubin precavia a concorrência na baliza e uma possível saída do Vlachodimos. Chegou a proposta do Nottingham Forest, que foi benéfica para o Benfica e para o jogador. Em conversa com o jogador e os seus agentes, pensámos que a melhor solução era ceder a esta proposta. O Vlachodimos sai da mesma maneira que entrou. Estaremos sempre gratos ao que ele fez".
Saídas por empréstimo: "Não escolhemos o timing. O Gonçalo Ramos saiu por empréstimo devido ao fair-play financeiro do PSG, que não altera nada no Benfica. Tentámos concluir a negociação depois da Supertaça, mas não valia a pena estarmos a contar com o jogador, que já não tinha o jogo na sua cabeça. É legítimo. Schjelderup é um jogador em que apontamos muito ao seu futuro. Tínhamos execesso de jogadores nas posições do ataque. Seria inútil ele ficar cá e ter poucos minutos. O regresso ao antigo clube permitiu-nos reduzir 2,5 milhões de euros ao valor da transferência. Lucas Veríssimo esteve um ano e meio parado e era essencial jogar. Foi dos jogadores mais influentes do balneário na época passada".
Saídas a custo zero: "Fizemos os possíveis para manter o Grimaldo no plantel. Percebemos que ele queria outro desafio e não nos deixou de representar com grande profissionalismo. O Cher Ndour estava para renovar contrato, mas entendeu que o futuro não passava pelo Benfica. Apareceu o PSG e fechou contrato. Não posso obrigar os jogadores a ficar no Benfica. Temos nove jogadores da formação no plantel mas os jogadores têm menos paciência. Respeito isso porque agora há uma oferta muito maior. São eles que têm de gerir a sua carreira".
Balanço: "Foi uma ida ao mercado equilibrada, mas que apontou muito aos objetivos da época. Foi muito positivo. O que me deixa feliz é que os números entram dentro do plano traçado. Temos jogadores experientes e jovens. O que vai ditar se isto foi bem feito ou mal feito é o campo. Acabamos com a consciência de termos feito um plantel forte que nos dá a esperança de podermos lutar por todas as competições. Aponto baterias ao panorama interno e internacional. É nossa obrigação sermos ambiciosos".
Polémicas: "Fico preocupado. É um ano importante devido à Liga dos Campeões e aos direitos televisivos. Aquilo que se passou no Dragão não é a melhor forma de vendermos o futebol nacional. Todas as entidades devem estar bastante atentas a isso. Procuramos justiça e clareza no futebol português".