Depois da exibição em Antuérpia, o FC Porto regressa às lides domésticas. A nona jornada da Liga reservou uma visita dos dragões ao terreno do Vizela, onde Sérgio Conceição espera dificuldades.
“Acho que o importante é marcar. O jogo tem 90 e tal minutos, às vezes 100, e temos de trabalhar da melhor forma, perante uma equipa que não amealhou os pontos que, não digo que mereça, porque os resultado são o que são, mas que tem qualidade. Está sólida na Liga e é um terreno difícil de jogar, pelo ambiente criado pelos ambientes e a qualidade individual e coletiva. Esperamos um jogo difícil, dentro daquilo que é um campeonato cada vez mais competitivo. E dentro do tempo que tivemos, que não foi muito, para preparar este jogo, é dar uma resposta positiva para ganhar em Vizela”, atirou, abordando ainda o ambiente fervoroso que se costuma viver nas bancadas vizelenses: “: É uma deslocação difícil, perante um público participativo, espero que não seja de mais. Veio-me à cabeça o Estrela da Amadora em que passou-me um isqueiro a poucos centímetros da cabeça e o polícia estava a rir-se para o infrator. Agora se puxarem pela equipa e me chamarem os nomes não há problema, eu gosto desses ambientes quentes”.
Em Vizela, Sérgio Conceição revelou que não vai poder contar com Galeno, que sentiu um desconforto muscular.
“O Galeno sentiu um desconforto muscular e está fora do jogo de amanhã (domingo)”, explicou, abordando o problema de Wendell: “Ainda não tirei o curso de medicina, mas uma lesão muscular nunca é inferior a três, quatro semanas, depende da gravidade da própria lesão e acho que antes da paragem para a seleção não vai estar disponível. Em relação aos outros continuam entregues ao boletim clínico”.
Com a ala esquerda toda entregue ao departamento médico (Zaidu, Wendell e Galeno), o treinador do FC Porto assumiu algumas mudanças.
“Vai com certeza qter que haver mudanças, os jogadores não são iguais, existem adaptações na estratégia e a forma como vão encarar o jogo”.

Diferenças entre Liga dos Campeões e Liga
A semana do FC Porto ficou marcada pela exibição assertiva do FC Porto em Antuérpia. Sérgio Conceição saudou o resultado conseguido na Bélgica, mas deixou um reparo.
“As grandes exibições as pessoas associam a ter uma diferença de golos em relação ao adversário. Esses resultados mais volumosos que falam, mas já ganhámos pela margem mínima em que fizemos exibições acima da média e já tivemos uma diferença maior e não tão bem no jogo. A grande exibição tem a ver com os diferentes momentos do jogo em que estamos mais sólidos e consistentes, isso é importante para mim. Se tivermos a nota artística, como tivemos em alguns momentos no jogo com o Antuérpia fico contente, mas que de golo, não para jogar para trás e perder a bola”, asseverou.
E questionado sobre a oscilação na hora de marcar entre as provas internacionais e domésticas, o treinador dos azuis e brancos assumiu o problema.
“Tem a ver com a eficácia. Fui dizendo ao longo deste início de época, não estou muito preocupado porque criamos muito, chegamos ao último terço. Temos sido mais felizes nos jogos da Liga dos Campeões e vamos procurar trabalhar para ser nas provas internas. Queremos ter uma eficácia ofensiva que nos permita ganhar com outra tranquilidade”, frisou.
Evanilson foi o grande herói da partida, mas não tem lugar garantido no onze.
“Não pego no último jogo e é a partir dali que preparo Vizela. O Evanilson está disponível, é mais um do grupo que quer dar o contributo sejam 90 minutos ou por cinco ou por dois. É o espírito e é importante isso. Muitas vezes jogadores entram a cinco minutos do fim com o jogo resolvido e uma vontade de ajudar. É um sinal fantástico. Ele está pronto para jogar de acordo com a preparação e Lam estratégia definida por mim. É sempre bom um avançado fazer golos, especialmente na melhor prova de clubes do mundo, é importante para ele, mas especialmente para equipa. Foi protagonista, mas não o único, eu falo da equipa, para ele marcar alguém teve de o assistir, existiu uma recuperação de bola. É um processo coletivo", asseverou.
As palavras de Villas-Boas
No final desta semana, André Villas-Boas, antigo treinador do FC Porto, voltou a reiterar o desejo de se candidatar à presidência do clube. Numa entrevista ao Expresso, a renovação de Sérgio Conceição foi considerada tabu e o técnico reagiu.
“Eu estou atento, principalmente aos temas onde entra o FC Porto, mas não me cabe a mim comentar as palavras de um potencial candidato. Não o devo fazer. Como grande portista que o André é, respeito as opiniões. É um homem que fez história aqui e por isso eu li parte da entrevista. Meteu cá fora um tema que não é tema, a situação da renovação. Ele sabe, melhor do que ninguém, que não podemos desviar o foco do que é o mais importante: o próximo jogo”, atirou, falando ainda da atenção mediática que a entrevista mereceu: “Somos atacados de todas as formas e aqui não é o caso. Se me dizem que os meus jogadores mereciam outro destaque depois de uma vitória brilhante porque o Benfica e o SC Braga não ganharam infelizmente. Só se falou a seguir ao jogo e depois foram outros temas. Não é nada de novo. Quando chegámos ao Dragão às 6:00 já estávamos a pensar no Vizela.