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Sérgio Conceição: "Queremos chegar rapidamente ao 1.º lugar, só depende de nós"

Sérgio Conceição, treinador do FC Porto
Sérgio Conceição, treinador do FC PortoFC Porto
Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, fez esta sexta-feira a conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Vitória de Guimarães, da 11.ª jornada da Liga, marcado para amanhã, às 20:30, no Estádio D. Afonso Henriques, em ronda de dérbi lisboeta no Estádio da Luz.

Importância do jogo contra o Vitória de Guimarães: "O campeonato é o que é, temos de jogar com todas as equipas. Os três pontos são importantes de fim de semana a fim de semana. É uma deslocação difícil perante um Vitória que, independentemente de já ter trocado de treinador, isso não se tem notado. Estão a apenas três pontos de nós. Eles têm feito os seus resultados. O plantel deles tem qualidade e o treinador é muito identificado com a paixão e a forma de viver o futebol dos adeptos. É um jogo difícil, cabe-nos a nós, que lutamos pela conquista do campeonato que é o nosso objetivo principal da época, e dar uma boa resposta e ganhar o jogo."

Dérbi Benfica-Sporting: "Jogamos contra o Vitória."

Problemas que o Vitória pode colocar ao FC Porto: "Os problemas que eles possam criar à nossa equipa tem que ver principalmente connosco. A forma como vamos defender, perceber a dinâmica do adversário quando tem bola, os esquemas táticos... O jogo encaminha-se dentro da postura das equipas e neste caso da nossa. Sabendo que o Vitória é sólida e consistente, que ataca de uma forma simples, direta, aproveitando os erros do adversário. Temos de perceber que vamos ter algumas dificuldades nesse sentido. Somos o FC Porto, queremos controlar o jogo de forma enérgica, agressiva, com a intensidade que nos tem caracterizado nos últimos anos, ainda que este ano não tanto. Olhar para nós como equipa e depois tudo o que o jogo dará dependerá dessa postura que vamos ter durante o jogo."

Atuação defensiva diante do Antuérpia: "O foco foi corrigir, analisar, observar o jogo com o Antuérpia, porque cada jogo nos dá situações diferentes, umas positivas e outras nem tanto. É sobre isso que vamos trabalhar Depois, dentro dos princípios da equipa, defensivamente é importante perceber que, a cada perda de bola, a nossa recuperação não pode ser na nossa grande área, e isso tem acontecido algumas vezes. Com o Antuérpia, em termos de coletivo, gostei mais do que contra o Estoril, mas são adversários diferentes, por isso, dentro da base e dos princípios da nossa equipa, vejo que há a melhorar e o que estamos a fazer de bem e continuar. Desde que cheguei aqui as dificuldades são as normais de um treinador de futebol. Queremos a perfeição, mas é difícil, andamos sempre longe. Trabalhámos no máximo para ir ao encontro das exigências dos adeptos, não só nos resultados, mas nas boas exibições."

Mudança de chip da Champions para a Liga: "Não deve perder o foco. A equipa deve estar concentrada na preparação do jogo e diferentes cenários do que nos vai acontecer. Conheço esse ambiente apaixonado dos adeptos do Vitória SC, tive o prazer de lá trabalhar. Fora pode-se apoiar mais ou menos. O que conta são os intervenientes diretos no jogo e neste caso olhámos para o Vitória ao pormenores: posso dizer que o Álvaro Pacheco vive a 20 km do estádio, até isso fui ver. Há uma grande empatia de gente que vive o clube como ninguém, exatamente como no nosso clube. Pela dimensão, somos um clube superior ao Vitória. Mas o Vitória tem a sua história, tem o seu peso. Não é fácil para os adversários jogar no D. Afonso Henriques. A humildade de perceber que vamos defrontar uma equipa difícil é a base para se começar a ganhar o jogo."

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Como vê a contestação a Roger Schmidt, campeão nacional? "O meu foco é o jogo com o Vitória. Já falei de colegas de profissão, não gosto muito dessa discussão na praça pública, mas somos treinadores de futebol, há momentos em que estamos na mó de cima e somos elogiados, depois quando se perde ou se está num ciclo mais negativo o culpado é sempre o mesmo. Sempre foi assim neste desporto fantástico que é o futebol e há de ser sempre assim. Se é justo ou não? Há situações e situações e casos e casos. A vida de um treinador de futebol é esta, também já passei por situações dessas, é o futebol."

O que pode Pepe dar aos outros centrais? "A maturidade do Pepe foi adquirida ao longo dos anos. Isso pesa em momentos do jogo. Acho que todos os centrais que temos à disposição, incluindo o Marcano e Zé Pedro, são de qualidade e não têm de dar nada a ninguém, têm é de trabalhar no máximo para cada dia melhorarem. O Pepe sabem o que penso dele, o que ele é e representa para clube, não só no balneário. Espero que qualquer um dos meus centrais consiga uma carreira perto da que o Pepe fez, que não é nada fácil."

Defesas-centrais mais expostos: "Tentamos fazer a pressão mais à frente e recuperados a bola no nosso terço defensivo. Não é pressão atrás. Queremos pressionar o adversário e condicionar o adversário mais à frente. A dinâmica tem que ver com a equipa. Os centrais ficam expostos, mas os médios não fizeram falta no momento certo, os avançados não foram pressionantes... Temos de melhorar como equipa. Trabalhámos aqui, diariamente, sendo diferentes, mas com a mesma dedicação."

Preocupa mais exibições ou distância pontual? "O que me preocupa são alguns erros e alguma alta de eficácia ofensiva e alguns erros que cometemos. Não me preocupa a equipa que ataca em 3x4x3... Há equipas que no papel vêm com 4x4x2 clássico e depois defendem com seis jogadores, os alas acompanham o adversário. Tem a ver com o que são as equipas e as estratégias definidas pelos treinadores adversários. Há que ver a dinâmica do Álvaro (Pacheco), quando têm bola, e ver as bolas paradas. De resto, não me preocupa nada. É ver o que fizemos bem e menos bem e trabalhar para termos mais qualidade amanhã do que temos hoje."

Os amarelos de David Carmo: "A melhor forma de tranquilizar é trabalhar nos aspetos em que não está tão bem e perceber que o David, o jogador que jogou antes de vir para o Fc Porto numa linha de cinco, os erros não se notavam tanto. Um central no FC Porto está sempre mais exposto. Isso é percetível e entendo. Quando há uma evolução, é um central para conseguir carreiras longas e consistentes. Mas é preciso trabalho, assobios de vez em quando, cartões amarelos e não parar".

Margem de erro no campeonato: "Não olhamos para a margem, estamos atrás dos rivais e queremos chegar rapidamente ao 1º lugar. Só depende de nós ganhar os jogos".

Equipa não aprendeu com a época passada? "Já respondi, sabemos que temos um desafio amanhã e o foco é esse. Depois esquecemos que jogamos contra adversários, eles têm qualidade, não jogamos sozinhos. Cabe-nos ir ultrapassando, ir reinventando ano após ano, mudar algumas situações ao nível estratégico. Olhamos para um Arouca, para o Estoril, que fez o melhor jogo da época, por culpa nossa com certeza, mas não podemos tirar mérito aos adversários. Este Antuérpia é competitivo, foi campeão belga e a Bélgica ao nível de seleções está onde está. Não se pode desvalorizar o que fazemos de bom nem valorizar o que fazemos de mau".

Assobios com o Antuérpia: "Se olharmos para oito jogos na Champions, perdemos um. Ganhámos 7, perdemos um, com o Barcelona. Temos 7 vitórias em 8. Eu aplaudia na bancada. Mas ao ver erros que cometemos com o Antuérpia, se calhar na bancada era capaz de dar uma assobiadelazinha. É o futebol. Dentro de uma equipa com jogos com esta exigência, há a obrigatoriedade de ganhar e de jogar bem. Se isso não acontecer... Nem vou falar dos jogadores ausentes. Podia dar algumas justificações, houve alguma impaciência das bancadas em relação à nossa posse, não percebendo quem estava em jogo, os centrais, os médios, que tipo de movimentos é que fazem... Meti o Francisco e outros jogadores para retificar algumas de situações. No banco às vezes também me dá vontade de assobiar, uma vezes para os adeptos, para os jogadores e outras para mim próprio."

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