John Textor: "O Botafogo quer vir para a Europa e jogar com os melhores"

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John Textor: "O Botafogo quer vir para a Europa e jogar com os melhores"
O investidor norte-americano reclamou da Ligue 1 e do fair play financeiro da Premier League
O investidor norte-americano reclamou da Ligue 1 e do fair play financeiro da Premier LeagueAFP
Dono da SAF (equivalente à SAD) do Botafogo e do Lyon, e co-proprietário do Crystal Palace, o empresário John Textor falou sobre a relação com o Botafogo, com as claques, e disparou para todo lado em Londres.

Na quinta-feira, em um painel sobre futebol promovido pelo jornal inglês Financial Times, Textor explicou que o "trabalho é forçar a colaboração" em todos os clubes que detém.

"Se o meu olheiro no Brasil não for próximo do meu olheiro na França, então tenho os olheiros errados. Somos uma organização muito centrada na prospeção", contou o norte-americano, dono da holding Eagle Football.

Textor também pediu a criação de uma liga mundial de futebol. "Acredito que o mundo quer jogar futebol. O Botafogo quer vir para a Europa e jogar com os melhores", disse o empresário, um dos palestrantes do evento: "Quero que o mundo jogue, que o New England Revolution tenha a oportunidade de vencer o Chelsea, quero que o Palmeiras venha. Sou a favor de uma liga mundial, algo 'super', mas sou a favor de ligas nacionais".

Rei do Rio

Nesta sexta, Textor revelou em entrevista ao Financial Times que sua relação com o Botafogo começou promissora, mas descambou para ameaças de morte mais tarde.

"Eu vou ao Rio e sou tratado como um rei em todos os lugares que vou", disse sobre os primeiros dias no comando do clube carioca: "Por conta da venda de um jogador, tive que mudar meu número de telefone. Não dá para acreditar o quão rápidas e reativas as coisas podem ser".

John Textor no Engenhão com jogadores do Fogão
John Textor no Engenhão com jogadores do FogãoVítor Silva/Botafogo

Depois da venda de Jeffinho para o Lyon, também de propriedade da Eagle Football, botafoguenses sentiram-se traídos e passaram a ameaçar o empresário.

Além do conjunto francês e do Botafogo, a Eagle é dona do RWD Molenbeek, da Bélgica, e detém cerca de 40% do Crystal Palace, da Premier League.

John Textor também argumentou ao jornal britânico que investidores como ele fazem um contraponto a bilionários e Estados que são proprietários de clubes de futebol.

"Não estamos falando sobre ser um demónio de Wall Street. É uma forma de propriedade que se aproxima muito da propriedade comunitária", argumentou: "É fácil para as pessoas dizerem que os americanos são maus, que o (sistema) multiclube é mau. Eu entendo, os adeptos não me conhecem e não conhecem meu coração. Eles acham que só sou um cara do dinheiro".

Faixas contra Textor no estádio do Molenbeek
Faixas contra Textor no estádio do MolenbeekAFP

"Não trabalho para as claques

Em entrevista à BBC, publicada na quinta-feira, Textor foi cândido ao responder sobre a crítica dos adeptos e sua relação com os clubes que controla.

"As pessoas dizem que querem a propriedade e a transparência dos adeptos, mas não há nada mais transparente do que uma empresa pública dos Estados Unidos da América que divulga contratos importantes em quatro dias", afirmou.

"Aparentemente, os ultras do Crystal Palace não gostam do capitalismo. Então, fui conversar com eles sobre isso. Encontrei-me com eles no Selhurst Park e disseram: "John, comprou o Lyon, está ciente da política dos ultras no Lyon?'. Eu disse: "Deus, não, o que são eles?.  Eles disseram: 'eles são de direita, e nós do Palace somos de esquerda'. Bem, eu não me importo, isso não tem nada a ver com futebol. Trabalho para o adepto anónimo que não conheço, que tem 10 anos e que ama o clube porque seu pai ama o clube. Eu não trabalho para claques".

Críticas à Ligue 1 e Premier League

No "Football Summit" de quinta-feira, John Textor também reclamou da Premier League e disse que o poderio do PSG deixou a Ligue 1 sem graça.

"Quem vai se interessar pela Ligue 1, assistir na televisão, se já sabe quem vai vencer? É sempre o mesmo clube todas as temporadas", disparou: "As equipas lutam contra um governo, não contra uma empresa privada. Eu digo ao presidente do PSG, Al-Khelaïfi, em particular e em público: 'alguém está a divertir-se? Gostam disso?'".

Maior acionista do Crystal Palace, Textor também criticou as regras financeiras da liga inglesa.

"Não importa se tens mil milhões de dólares em dinheiro, não tens permissão para gastá-lo", reclamou: "Fair play financeiro é um termo fraudulento para dizer que se trata de sustentabilidade. A sustentabilidade deve estar relacionada à qualidade do balanço patrimonial, não aos índices de lucros e perdas".

"Temos três multimilionários no grupo de proprietários (no Palace), talvez mais. Não temos permissão para gastar ao nível das equipas que estão entre as seis primeiras", disse o investidor.