Brighton 1-3 West Ham
O West Ham venceu pela primeira vez o Brighton (3-1), em jogos a contar para a Premier League. A equipa de De Zerbi dominou em larga escala em termos de posse de bola (78% contra 22%) e passes (735 contra 199), mas viu o seu adversário ser muito mais eficaz.
Num contra-ataque rápido, James Ward-Prowse marcou o seu 50º golo na Premier League, aos 19 minutos, dando vantagem aos hammers.
No segundo tempo, mais do mesmo. Em novo contra-ataque, o West Ham chegou ao segundo golo, por intermédio de Jarrod Bowen, assistido por Benrahma, mas ainda não era tudo.
Pouco depois da hora de jogo, Michail Antonio contrariou todas as estatísticas e fixou o 3-0, até que, finalmente, o Brighton conseguiu marcar, aos 81', através de Gross, embora sem efeitos práticos para alterar o vencedor do encontro.
Com este triunfo, o West Ham segue invicto (duas vitórias e um empate), sendo líder da Premier League, a par de Tottenham e Arsenal.
Arsenal 2-2 Fulham
Com Fábio Vieira e o recuperado Gabriel Jesus no banco de suplentes, o Arsenal queria conquistar a terceira vitória em tantos jogos e manter-se na liderança da Premier League. Pela frente tinha um Fulham, de Marco Silva e João Palhinha, que apesar de ter triunfado na jornada inaugural, sofreu uma dura derrota em casa contra o Brentford (0-3).
Mas tudo começou de feição para o duo português: logo aos 50 segundos, Bukayo Saka fez um mau passe atrasado para ninguém e Ramsdale estava adiantado, Andreas Pereira leu bem a jogada, tentou um chapéu que saiu rasteiro, mas foi o suficiente para atrapalhar e trair o guarda-redes inglês. De referir que o jovem extremo inglês fez história no clube, ao ser titular pelo 83.º jogo consecutivo na Premier League, ultrapassando Paul Merson.
Os gunners tentaram reagir de imediato, acumulando situações de perigo que não eram devidamente finalizadas, ora por falta de pontaria (a maioria dos remates foram à figura) , ora por falta de crença - Havertz ficou a olhar para um excelente cruzamento de Saka -, ora porque Bernd Leno estava determinado a não sofrer golos em casa da antiga equipa.
Por outro lado, os Cottagers não eram meros espetadores: Jiménez ficou perto de se estrear a marcar pelo novo clube com um remate acrobático espetacular, Bobby Reid e Harry Wilson ficaram muito perto de dilatar a vantagem. Em cima do intervalo, Odegaard ainda marcou, mas o golo do empate foi anulado por fora de jogo. Destaque ainda para Palhinha, que fez uma primeira parte de grande nível.
Solução estava no banco... com sotaque português
Insatisfeito, Arteta lançou Nketiah no lugar do apagado Trossard e a toada manteve-se, com Saka, novamente, a fugir na área e a rematar à figura de Leno. Tudo viria a mudar com a entrada de Fábio Vieira, pouco depois. Ele e Zinchenko substituíram Havertz - claramente em dia não - e Partey.
O médio português de 23 anos ajudou a dar mais corda ao jogo pelo flanco eesquerdo e foi por lá que conquistou uma grande penalidade, ao tentar fugir pela linha final e a acabar derrubado por Kenny Tete. Chamado a converter, Saka não perdoou e redimiu-se do erro inicial.
Dois minutos volvidos, o ex-FC Porto voltou a ter espaço sobre a direita, viu a desmarcação de Nketiah na área e tirou um cruzamento rasteiro perfeito para o avançado inglês assinar a reviravolta. Um lance polémico, já que Calvin Bassey estava caído na área depois de um lance dividido com Saka. Apesar dos muitos protestos, Marco Silva viu cartão amarelo e o golo foi validado, até porque o Fulham não pôs a bola fora quando a teve na sua posse.
A tarefa ficou ainda mais difícil para o técnico português quando Calvin Bassey viu o segundo cartão amarelo e deixou a equipa com menos um. No entanto, quem tem um português no plantel pode sempre sonhar com o improvável. Aos 88 minutos, num pontapé de canto, João Palhinha apareceu sozinho ao primeiro poste e rematou de primeira para voltar a igualar o encontro.
Desesperado, Arteta recorreu a Gabriel Jesus - estreia oficial esta época após lesão. Do outro lado, o reforço Adama Traoré quase deixou o Emirates em choque, numa excelente fuga individual só travada por Ramsdale. Fábio Vieira continuava a dar água pela barba à defesa do Fulham: no último minuto de descontos, o médio português fletiu para o centro e fuzilou de pé esquerdo para uma grande intervenção de Leno que segurou o empate.
Os dois melhores jogadores do encontro foram, sem dúvida, os dois médios lusos de ambas as equipas. João Palhinha foi uma força intransponível no miolo e vestiu a capa de herói ao resgatar um ponto, enquanto Fábio Vieira trouxe novo ânimo, criatividade e magia aos gunners - não falhou um passe desde que entrou.
Manchester 3-2 Nottingham Forest
Com Bruno Fernandes e Dalot - a lateral esquerdo - a titulares, o Manchester United foi surpreendido por uma entrada fortíssima (e de mota) do Nottingham Forest. Logo aos dois minutos, após um pontapé de canto, Awoniyi antecipou-se a Rashford, arrancou sozinho do meio-campo para a frente e, perante Onana, deixou o guarda-redes aos papéis e no chão antes de finalizar tranquilamente.
A surpresa ganhou contornos de escândalo quando, aos quatro minutos (!), no seguimento de um livre lateral, o cruzamento de Gibbs-White - que já tinha feito a assistência para o primeiro golo - bateu na cabeça de Boly e surpreendeu tudo e todos para o 0-2 em Old Trafford.
Foi um início de sonho para os Shaky Trees num teatro propício, mas para o aproveitar é preciso ter os pés na terra e a concentração no máximo... algo que não aconteceu. Aos 17 minutos, uma bomba de Bruno Fernandes travada por Turner fez abanar a muralha defensiva e, na ressaca, Rashford colocou a bola na pequena área onde apareceu Eriksen a reduzir a desvantagem.
O United bem tentou igualar antes do intervalo, como comprovam as estatísticas, mas a emoção estava guardada para a segunda parte.
Em português se entendem
Varane ficou nos balneários e foi de lá que viu a reação da equipa... também ela com sotque português. Num livre lateral estudado, Bruno Fernandes deu a Rashford e fugiu para a área, o inglês devolveu o esférico e o português ofereceu o golo a um... brasileiro. Casemiro estava no sítio certo para relançar o encontro numa bela jogada coletiva que merece ser vista e revista.
Com os índices motivacionais no máximo, os red devils foram à procura dos três pontos. Aos 66 minutos, Casemiro lançou Bruno Fernandes em profundidade que, quando se preparava para ganhar a frente a Joe Worrall, foi derrubado pelo defesa à entrada da área que viu o cartão vermelho direto.
O cerco à área do Nottingham aumentou e nem 10 minutos passaram quando o United assinalou a reviravolta. Rashford foi derrubado na área e, chamado a converter, o capitão Bruno Fernandes não deu hipótese de defesa. A turma de Ten Hag meteu o jogo no congelador e deixou correr os minutos até ao apito final para somar a segunda vitória, depois do desaire sofrido em casa do Tottenham na jornada anterior (2-0).
Bruno Fernandes foi, pois claro, o melhor em campo.
Everton 0-1 Wolves
Apesar de ainda ser muito cedo para ser apelidado de "seis pontos", o jogo tinha o seu quê de vitória obrigatória tanto para o Everton como para o Wolves.
Os Toffees começaram mais fortes e tiveram a infelicidade de não abrir o marcador logo no início, quando Arnaut Danjuma recebeu um passe de Nathan Patterson e cabeceou para fora. Os Wolves precisavam de acordar, e quase o conseguiram a meio da primeira parte, mas o remate estrondoso de James Tarkowski foi à malha lateral.
O intervalo chegou na pior altura para os visitantes, que estiveram perto da baliza do Everton pouco antes do intervalo. João Gomes viu o seu primeiro remate ser bloqueado e, depois de o ressalto ter caído a favor de Pedro Neto, este não conseguiu manter o remate baixo.
O Wolves, aliás, voltou ao mesmo ritmo na segunda parte e não tardou a ter a bola no fundo das redes. Infelizmente, nesta ocasião, um fora de jogo negou o primeiro golo da época a Fábio Silva, mas havia a sensação crescente de que o tento inaugural não estava longe.
O avançado português era uma dora de cabeça para o Everton, mas quando, pouco depois, conseguiu evitar a armadilha do fora de jogo, atirou para longe da baliza de Jordan Pickford. Estava a ser um jogo mais entretido do que o resultado sugeria e o Everton, já com Chermiti em campo, só não marcou por intermédio de Ashley Young graças a uma boa defesa de José Sá.
Também os Toffees viram um golo ser anulado a Abdoulaye Doucouré com recurso ao VAR, que descortinou um fora de jogo.
Já perto do apito final, aos 87 minutos, não houve nada a fazer para turma de Sean Dyche quando Pedro Neto, descaído pela direita, tirou a régua e esquadro e levantou para a área onde apareceu um imponente Kalajdžić a cabecear para o fundo das redes e permitir ao Wolves somar os primeiros pontos da época. Já o Everton é último, com três derrotas em três jogos.
José Sá foi eleito o melhor em campo.
Brentford 1-1 Crystal Palace
No duelo entre Bees e Eagles ninguém ficou a sorrir. Kevin Schade colocou os anfitriões em vantagem, aos 18 minutos, e Joachin Anderson salvou um ponto para os forasteiros, aos 76, coroando uma excelente exibição em que foi eleito o melhor em campo.
Bournemouth 0-2 Tottenham
Mesmo a jogar fora de casa, o Tottenham assumiu o domínio da partida desde cedo o confronto e somou mais uma partida sem derrotas. O primeiro golo da partida apareceu aos 16 minutos e surgiu após um passe de Sarr, que encontrou Maddison solto de marcação. A principal contratação do clube recebeu e desviou levemente para o fundo da baliza de Neto.
Richarlison tentou o golo em várias ocasiões, mas não atravessa um bom momento e continuou sem faturar neste início de temporada. No último lance do primeiro tempo, Philip quase fez um empate após um colocado, mas a bola saiu ligeiramente ao lado.
A tendência manteve-se no segundo tempo e, na primeira ocasião, Semenyo assustou os spurs, mas o desfecho foi o mesmo. Porém, aos 63 minutos, Kulusevski aproveitou uma jogada muito boa de Udogie no corredor esquerdo, antecipou-se à defesa e encostou para o 0-2.
Estas duas vitórias e o empate, ao cabo de três jornada, dão uma boa dose de esperança aos adeptos londrinos. Por sua vez, o Bournemouth continua sem vencer e pode acabar a jornada na zona de despromoção da Premier League.