"A pressão sobre mim é tranquilo, eu aguento isso tudo. Mas sinto que, sobre essa coisa de só olharem para o meu percurso no Botafogo, há uma pressão muito grande nos meus jogadores. Isso eu não admito. E só há uma forma de libertá-los dessa pressão. Por isso estou aqui diante de vocês. Não falei com ninguém, pensei muito, e neste momento coloco o meu lugar à disposição do diretor e do presidente", disse Lage em conferência de imprensa.
"Tenho contrato com o Botafogo até dezembro. É muito dinheiro de salários, existem prémios que já estão praticamente garantidos, como ir à Libertadores, tenho prémio de campeão. Mas eu não tenho nenhum problema de abdicar disso, porque não sou guloso pelo dinheiro. Eu não posso permitir que a pressão que está a ser exercida sobre mim seja exercida sobre meus jogadores", asseverou.
Antes de encerrar a conferência, Bruno Lage reforçou o recado: "Meu lugar está à disposição de quem manda, sem qualquer outra coisa para dizer". Um jornalista ainda perguntou ao técnico se ele estava pedindo demissão, mas o português foi embora sem responder.
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O Botafogo lidera o Brasileirão com 51 pontos, 11 à frente do segundo classificado, Palmeiras — que joga no domingo. A derrota com o Flamengo encerrou a sequência de 11 vitórias em casa na competição. Além disso, o Alvinegro não perdia no campeonato há 13 jornadas.
Na última quarta-feira, o Botafogo foi eliminado da Sul-Americana ao cair com o Defensa y Justicia na Argentina, nos quartos de final. A equipa tem quatro vitórias, seis empates e duas derrotas sob o comando de Bruno Lage — 50% de aproveitamento. Antes, foram quatro triunfos com o interino Cláudio Caçapa.
O Glorioso tem duas semanas até o próximo jogo, após a paragem de seleções. O líder do Brasileirão volta a campo em 16 de setembro, contra o Atlético Mineiro, na Arena MRV.