Nicolò Fagioli cometeu um erro e, por isso, também terá de assumir a responsabilidade pelo que fez. Na quarta-feira de manhã, os seus advogados garantiram que o jogador "se auto-declarou e está sereno". Ora, essa serenidade é um primeiro passo fundamental para um jovem que, com apenas 22 anos e com uma carreira brilhante pela frente, pode ter perdido definitivamente a oportunidade da sua vida.
Nicolò Fagioli cometeu um erro, mas apenas pedir justiça ou ridicularizá-lo nas redes sociais é um erro que uma sociedade madura, como a Itália se orgulha de ser, não se pode permitir cometer. E nem sequer se trata de uma questão de garantismo, porque, ao revelar-se, o médio da Juventus já admitiu as suas falhas e, ao mesmo tempo, que tem um problema, se é que é mesmo viciado no jogo, que não pode resolver sozinho: o jogo é uma doença, e quem sofre dela precisa de apoio psicológico para superar esse vício.
Nicolò Fagioli cometeu um erro, mas não podemos deixar de pensar que, enquanto os seus colegas de equipa queimam os seus milhões exibindo o seu poder de compra, ele está a apostar não só o dinheiro que tem, mas também o dinheiro que não tem. E a enormidade da sua dívida diz-nos que o médio nascido em Piacenza, mesmo antes de jogar, sofre de solidão. Porque não se perdem vários milhões num dia. Nem numa semana ou num mês.
Nicolò Fagioli cometeu um erro e, por isso, também terá de assumir a responsabilidade pelo que fez. Mas, ao mesmo tempo, Nicolò Fagioli deve ser ajudado.