O principal organismo desportivo italiano obrigou o tribunal de futebol a rever a decisão que castigou o clube com a perda de 15 pontos na atual temporada da Serie A, num caso que envolve a supervalorização de transferências de jogadores.
Com oito jogos até ao final da época, a decisão leva a Juve do sétimo até ao terceiro lugar da tabela da Serie A, com 59 pontos, ficando a 16 do líder Nápoles, mas de regresso aos lugares de qualificação para a Liga dos Campeões.
Como parte da sentença de janeiro, que deixou a Juventus fora dos lugares europeus, o tribunal impôs também proibições de exercício de funções no futebol italiano a 11 antigos e atuais diretores do clube.
Na quarta-feira, o Colégio de Garantias do CONI, órgão independente que é o terceiro e último nível da justiça desportiva italiana, decidiu adiar para esta quinta-feira o veredicto sobre o recurso apresentado pelo emblema de Turim, de um processo sobre ganhos de capital que tem como base a suspeita do valor das transferências de jogadores, que teria sido inflacionado com o objetivo de aumentar as receitas do clube.
A Juventus, que ainda não se pronunciou sobre a decisão, irá aguardar novo julgamento do Tribunal de Recurso da Federação Italiana de Futebol (FIGC).
Em 2022, a Juventus tinha sido absolvida neste caso, juntamente com outros clubes, mas o tribunal federal de recurso da FIGC aceitou o pedido para reabrir o processo, devido a elementos transmitidos pela justiça italiana, que também está a investigar as contas da vecchia signora.
Em 30 de janeiro, o Tribunal de Recurso da federação transalpina justificou a sanção à Juventus por esta ter aumentado o valor de mercado dos seus jogadores para obter mais benefícios com a sua posterior venda.
Este expediente a que supostamente o clube de Turim recorreu é gerador de uma mais-valia fictícia que permitiu à entidade equilibrar os seus balanços durante pelo menos três anos (2019, 2020 e 2021), reduzir prejuízos, não recapitalizar e fortalecer a equipa ao não ver o limite salarial diminuir.