"Eu diria que o título olímpico e a medalha de ouro que ganhei com a seleção nacional foram um momento de orgulho para mim", diz Amunike ao Tribal Football.
"A conquista da Taça das Nações Africanas também foi muito importante, mas eu diria que a medalha olímpica é a minha favorita porque chamou muita atenção para o futebol africano", acrescenta o antigo avançado.
Agora na equipa técnica das Super Águias, Amunike diz que os adeptos nigerianos podem ficar entusiasmados com os jovens jogadores que estão prestes a despontar. Em relação à Taça das Nações Africanas do próximo mês, Amunike diz que pode haver uma ou duas surpresas no torneio.
"Acho que temos jovens promessas que conseguimos desenvolver desde as categorias de base", afirma.
"Penso que este é um aspeto positivo do futebol nigeriano, pois temos visto estes jovens jogadores a desenvolverem-se desde a mais tenra idade até à equipa principal. Mas, mesmo assim, sabemos bem que o sucesso no futebol não se deve apenas a isso, é preciso melhorar também noutros aspetos. Posso dizer com toda a certeza que temos uma equipa jovem e promissora. Mas temos de lhes dar e criar para eles todas as oportunidades necessárias para se exprimirem o melhor possível", explica Amunike.
"Há já algum tempo que estamos a apresentar uma nova geração de jogadores e temos de ter alguma paciência para que eles possam melhorar", acrescenta.
O líder dessa nova geração é o avançadodo Nápoles, Victor Osimhen. Assim como Amunike, Osimhen acaba de ser eleito o melhor jogador africano do ano pelo seu sucesso na Serie A.
Apesar de ser um grande fã do seu compatriota, Amunike admite que há um jovem senegalês, que joga em Inglaterra, pelo Tottenham, e que tem potencial para se igualar ao craque nigeriano do Nápoles.
"Sim, já vimos que há excelentes jogadores jovens (africanos) que estão a jogar na Europa", diz Amunike.
"Por exemplo, temos um senegalês chamado (Pape Matar) Sarr, que joga no Tottenham, e o (Samu) Chukwueze no AC Milan. E, claro, Osimhen no Nápoles. Penso que no futuro veremos novos nomes e novas caras", assume o antigo avançado do Sporting.
"Os jogadores que temos agora, como Osimhen, Sarr, etc., estão muito bem e estão a representar muito bem a nação africana", defende.
Quanto a um conselho para o astro da Nigéria, Amunike acrescenta: "Ele (Osimhen) só precisa de manter a calma e a concentração. As coisas boas virão para ele."
Foi exatamente assim que a carreira de Amunike começou. O sucesso enquanto jovem jogador do Zamalek, do Egito, chamou a atenção do Sporting, em Portugal. Foi lá que Amunike jogou, sem dúvida, o seu melhor futebol. Após dois anos em Lisboa, chegou o telefonema do Barcelona.
"Ir para o Barcelona foi como um sonho que se tornou realidade", recorda Amunike.
"Todos os jogadores ou jovens jogadores querem jogar numa grande equipa. Hoje em dia a situação mudou, porque os jovens jogadores só querem jogar numa grande equipa, mas para mim é importante jogar onde se pode ter continuidade e crescer como jogador", explica.
"Claro que equipas como o Real Madrid, o Barcelona, o Bayern Munique, etc., continuam a ter esse atrativo, onde todos querem ir jogar", acrescenta.
Amunike passou quatro anos com os Blaugrana, mas admite que uma lesão impediu-o de concretizar o seu potencial como jogador do Barcelona.
"A minha experiência no Barcelona foi boa. Ir de Portugal para Espanha foi um grande passo para mim, mas, infelizmente, as lesões começaram a acontecer com frequência. Quando essas lesões acontecem, não se pode dar 100% porque não se está em forma. Mas quando isso acontece, é preciso ser forte e ter confiança em si próprio que tudo vai melhorar. É preciso lembrar que isto faz parte da viagem", diz Amunike.
De facto, enquanto as lesões de Amunike no Barcelona deixariam muitos frustrados, o braço direito do selecionador, o português José Peseiro, insiste que tudo na carreira de um jogador é uma oportunidade para aprender e crescer.
"Todas as experiências têm aspetos positivos e negativos e, para um jogador, é importante enfrentá-los. Para mim, todas as experiências são importantes, também as difíceis, porque nos tornam melhores para o futuro e definem o nosso caráter. E, para mim, todas foram importantes porque me tornaram uma pessoa melhor e ajudaram-me a crescer", explica Amunike.