Recorde as incidências da partida
Naquela que foi a sua última partida na FA Cup com a camisola do City antes da saída marcada para o verão, Kevin De Bruyne assumiu naturalmente o comando do jogo desde cedo. E como já é habitual, combinou com Erling Haaland, cujo remate de primeira obrigou Dean Henderson a uma defesa apertada.

O City foi implacável nos primeiros 15 minutos, mas apesar de todo o seu domínio inicial, foi um contra-ataque do Palace que incendiou a final. A dupla mortífera dos londrinos entrou em ação: Daniel Muñoz galgou pela esquerda e cruzou com precisão para Eberechi Eze, que finalizou de primeira para o golo mais importante da história do clube londrino.
O Palace defendeu-se com valentia, mas dois momentos de loucura quase deitaram por terra todo o esforço defensivo. Num desses lances, Dean Henderson saiu disparado da baliza para travar Haaland e pareceu tocar a bola com a mão fora da área, perante a pressão do norueguês. Surpreendentemente, o VAR optou por não intervir.
No entanto, Tyrick Mitchell fez uma entrada impetuosa sobre Bernardo Silva na área, derrubando o internacional português de forma evidente. O árbitro assinalou penálti, mas o Crystal Palace foi salvo novamente por Henderson – que o City argumentava que já não deveria estar em campo – ao defender de forma espetacular, com uma só mão, o remate de Omar Marmoush.
Formado na academia do rival Manchester United, Henderson estava a revelar-se um verdadeiro muro na baliza dos Eagles, e ainda antes do intervalo protagonizou mais um momento mágico, ao lançar-se para a esquerda e negar um golo certo a Jérémy Doku com uma defesa brilhante a um remate em arco. Foram essas intervenções que deram ao Palace a base para tentar ampliar a vantagem – ou assim pensavam. Muñoz foi o mais rápido a reagir a uma bola solta na área e marcou, mas o golo foi anulado, já que o desvio prévio partira de Ismaïla Sarr, que estava em fora de jogo, livrando o City de mais um revés.
O City, por sua vez, mostrou-se anormalmente ineficaz no relvado de Wembley, o que ficou bem patente quando De Bruyne fez um passe milimétrico para Nico O’Reilly. O jovem hesitou e acabou por ver o seu remate bloqueado por Muñoz. Com o desespero a crescer, Pep Guardiola tomou uma decisão invulgar e lançou Claudio Echeverri para a sua estreia absoluta. A aposta quase resultou poucos minutos depois, quando De Bruyne o encontrou na área, mas o argentino viu a sua tentativa negada por mais uma defesa soberba de Henderson.
Nos instantes finais, o Palace sabia que não podia relaxar, e a indicação de 10 minutos de compensação apenas serviu para aumentar os nervos. Contudo, não havia razões para demasiado receio: o City criou muito pouco até ao apito final, e o Palace segurou a vantagem até ao fim, conquistando o primeiro grande título da sua história.
Para além de colocar finalmente um troféu na sala de troféus de Selhurst Park, o Crystal Palace garantiu também um lugar na Liga Europa na próxima época – o toque final num dia verdadeiramente histórico para o clube.
