Artur e Jardel entregam responsabilidade ao FC Porto na Taça de Portugal

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Artur e Jardel entregam responsabilidade ao FC Porto na Taça de Portugal
Mário Jardel perspetiva a vitória do FC Porto na final deste domingo
Mário Jardel perspetiva a vitória do FC Porto na final deste domingo
Profimedia
O FC Porto parte mais pressionado para revalidar a Taça de Portugal frente ao SC Braga, domingo, no Jamor, reconhecem os ex-futebolistas Artur e Mário Jardel, figuras do êxito dos dragões diante dos arsenalistas em 1997/98.

“O favoritismo está todo do lado do FC Porto. O adversário não tem essa pressão, mas o FC Porto já está acostumado a isso, até porque que é uma equipa que luta sempre pela Liga. O SC Braga fez um excelente campeonato e criou muitas dificuldades aos grandes. Creio que será um jogo difícil e equilibrado, mas espero muito que o FC Porto possa fechar esta temporada com mais uma conquista”, partilhou à agência Lusa o ex-avançado brasileiro Artur, de 53 anos, que alinhou nos azuis e brancos de 1996 a 1999.

O detentor do troféu FC Porto, que soma 18 conquistas, e o SC Braga, com três, medem forças no domingo, às 17:15, no Estádio Nacional, em Oeiras, na decisão da 83.ª edição da Taça de Portugal, com arbitragem de João Pinheiro, da associação de Braga.

“Tenho a expectativa de que seja um grande jogo e, como é lógico, o FC Porto é favorito. Se surgirá fragilizado pela perda do campeonato? Muito pelo contrário. Não digo que vai querer salvar (a época), mas procurar manter aquilo que vem mantendo há muito tempo, que é conquistar títulos e dar alegrias aos seus adeptos. Isso é uma mais uma motivação para que a equipa se entregue nesse grande jogo”, enquadrou à agência Lusa o antigo avançado brasileiro Jardel, de 49 anos, que se notabilizou pelo clube entre 1996 e 2000.

Mário Jardel ao serviço dos dragões
Profimedia

Numa temporada em que falhou a revalidação do cetro de campeão nacional, ao finalizar a Liga no segundo lugar, com 85 pontos, a dois do Benfica, o FC Porto pode juntar um terceiro troféu à 23.ª Supertaça Cândido de Oliveira e ao inédito triunfo na Taça da Liga.

“Claro que o treinador vai sempre achar que a sua equipa foi melhor. Foi um campeonato muito equilibrado e decidido ponto a ponto, mas, quando se deixa pelo caminho pontos que não se podia perder, eles fazem falta na reta final. Isso custou um título ao FC Porto. De zero a 10, dou uma nota oito à equipa pela Liga que fez. De resto, fez uma Liga dos Campeões muito boa e tem a possibilidade de fechar com mais um troféu”, avaliou Artur.

Distinguido como melhor marcador do escalão principal por cinco vezes - quatro pelo FC Porto (1996/97, 1997/98, 1998/99 e 1999/2000) e uma com o Sporting (2001/02) -, Jardel enaltece o dianteiro iraniano Mehdi Taremi, que, à quarta época em Portugal, se tornou o 16.º jogador dos ‘dragões’ a vencer aquele prémio, com 22 golos marcados em 2022/23.

Artur ao serviço do FC Porto
FC Porto

“O FC Porto tem uma grande mais-valia, que é o Taremi. É um jogador diferente e lembra muito o Jardel, pois costuma fazer golos (risos). O clube está bem servido de atacantes, sendo que o futebol sem golos não é nada. Se a bola não aparece, o avançado morre de fome. Quando vem, tem de ser eficaz. O Taremi foi eficaz. Parabéns pela grande época”, frisou o melhor marcador estrangeiro da história do clube, com 168 tentos em 175 jogos.

Os dragões deixaram de deter em simultâneo os quatro troféus nacionais devido ao 38.º cetro do Benfica, mas asseguraram a 33.ª final da Taça de Portugal, e quarta nos últimos cinco anos, e vão reeditar as decisões de 1976/77, 1997/98 e 2015/16 com o SC Braga, que fechou o pódio da  Liga e vai aceder às rondas preliminares da Champions.

Jogo de 1998

Em 24 de maio de 1998, numa tarde com quatro golos de jogadores brasileiros no Jamor (3-1), Aloísio, Jardel e Artur aturaram para o FC Porto, que terminaria em inferioridade numérica, por expulsão de João Manuel Pinto, com Sílvio a reduzir do lado arsenalista.

“Tenho a melhor memória possível. Para mim, disputar esta Taça de Portugal é como se fosse jogar uma final da Liga dos Campeões. Entrar no Jamor já é uma alegria enorme e mais ainda é jogar lá. É fechar com chave de ouro (a época)”, notou Jardel, que voltou a vencer a prova pelos dragões (1999/2000) e juntou outro êxito pelo Sporting (2001/02).

Jardel foi rendido dentro do último quarto de hora por Artur, que dissipou as dúvidas aos 90 minutos, ao desfeitear o guarda-redes adversário Quim com um pontapé de bicicleta, lance “inesquecível e que será para mostrar aos netos quando estes já forem crescidos”.

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“O SC Braga estava em cima de nós, mas houve uma bola que chegou aos pés do Drulović no nosso meio-campo ofensivo e eu arranquei para receber o passe dele na área e tentar fazer o golo da tranquilidade. Quando ele cruza, eu domino, a bola sobe e pensei que só tinha um recurso: tentar a bicicleta. Foi algo mágico, mas só ouvi os gritos dos adeptos, porque não vi a bola entrar na baliza. Tive uma alegria imensa”, recordou.

Nessa despedida do ex-selecionador nacional António Oliveira do comando do FC Porto alinhou Sérgio Conceição, atual treinador azul e branco, então com 23 anos, tal como o atual homólogo minhoto Artur Jorge, de 26 anos, que capitaneava o SC Braga.

“Quando és profissional, estás tão ligado e procuras fazer uma carreira bela, deixar bons exemplos e construir um legado que não imaginas que, 25 anos depois, possas estar a decidir o mesmo troféu que disputaste como jogador. Acredito que nem eles imaginavam que isso poderia acontecer, mas vai ser algo mágico para ambos”, admitiu Artur, um dos protagonistas do inédito penta logrado pelos dragões na última década do século XX.