Fundado em 1947, ‘O Elvas’ entra nesta nova eliminatória da Taça de Portugal de futebol depois de ter vencido o Tirsense, feito que tem sido o “tema dominante” das conversas entre adeptos e simpatizantes que residem naquela região raiana.

A última presença portalegrense nesta fase da prova rainha remonta a novembro de 2001, quando o Campomaiorense foi eliminado na quarta eliminatória pelo Académico de Viseu.

Em declarações à agência Lusa, o presidente de ‘O Elvas’, Hugo Mimoso, não esconde a alegria que se vive no clube que esta temporada milita no Campeonato de Portugal, recordando que “há cerca de três a quatro meses” estiveram perto de “fechar portas” do emblema ‘azul e ouro’.

“Não se fala de outra coisa na nossa cidade porque há cerca de três a quatro meses o clube esteve para fechar portas, mas houve uma direção que conseguiu avançar e tem estado a fazer um excelente trabalho e todos sentimos isto (continuação na Taça de Portugal) como um prémio para o esforço que todos nós temos tido”, disse.

Após mais de duas décadas sem a presença de uma equipa pertencente à Associação de Futebol de Portalegre (AFP) nesta fase da prova, o presidente de ‘O Elvas’ não esconde a vontade de enfrentar “um dos grandes” do futebol português na próxima eliminatória.

“Para mim era um dos dias mais felizes da minha vida poder receber um grande logo no primeiro ano de mandato, ao fim de três meses de termos tomado posse, era um sentimento inexplicável”, revelou.

‘O Elvas’, que atualmente conta com cerca de 900 sócios, está a desenvolver uma SAD, apostando em paralelo na formação e no futebol sénior, que nos últimos tempos tem alcançado “resultados muito positivos”, segundo Hugo Mimoso.

O dirigente recorda que quando chegaram ao clube herdaram “dificuldades financeiras muito grandes”, mas que estão a “orientar” o emblema, “dando a cara às pessoas” e a “cumprir planos de pagamento” junto dos credores.

A Câmara de Elvas apoia a formação do clube e a direção tem também procurado patrocinadores para sustentar o emblema raiano.

Na Taça de Portugal, o “maior feito” alguma vez alcançado por uma equipa pertencente à AFP pertenceu ao Campomaiorense, que chegou à final da prova em 1999, tendo perdido por 1-0 com o Beira-Mar.

Contactado pela Lusa, o presidente da AFP, Daniel Pina, assumiu a satisfação por ver uma equipa da região nesta fase da prova, cujo sorteio está marcado para quarta-feira, às 12:00.

“É uma sensação positiva, de felicidade, um clube filiado nosso que consegue chegar a esta fase, não acontecia há muito tempo. Ao chegar a esta fase e existindo a possibilidade de jogar com um dos grandes do futebol português, acho que era uma página bonita que se escrevia para o nosso distrito, para “O Elvas” e para o Alentejo”, disse.

O dirigente recordou ainda que este é um “feito importante” para o futebol na região, uma vez que o campeonato distrital de seniores da AFP apenas conta com sete equipas.

“Há uma dificuldade imensa em ter equipas de seniores, coisa que já acontece há alguns anos devido a vários fatores, como o crescimento do futsal, temos muitas equipas, e devido à falta de investimento que há por parte das autarquias e do tecido empresarial”, explicou.

Daniel Pina disse ainda que esta temporada a AFP “deu o maior apoio de sempre” aos clubes, ao isentar os emblemas de taxas de jogo, taxas de transferências e redução nas transferências internacionais, com o objetivo de cativar mais clubes para o campeonato de futebol sénior.

“Nós demos uma série de apoios e mesmo assim só conseguimos passar de cinco (época 2022/23) para sete equipas (2023/24) no campeonato distrital de seniores”,