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O anúncio foi feito pelo próprio Cuca na conferência de imprensa logo depois da vitória do Timão contra o Remo para a Taça do Brasil, na Neo Química Arena.
Cuca não suportou a pressão devido ao "escândalo de Berna", no qual foi condenado por violação de uma menor em 1989. Contratado na quinta-feira passada, orientou a equipa em apenas dois jogos (derrota com o Goiás no campeonato e a vitória nos penáltis contra o Remo).
"Antes de esse sonho se realizar (comandar o Corinthians numa partida em casa), houve quatro dias muito ruins para mim, de pesadelo. Foi quase um massacre o que acabou por acontecer", disse Cuca.
"Estava muito concentrado nessa decisão, não queria tirar o foco. Isso acaba por passar para os jogadores. Hoje eles emocionaram-me. Estou aqui há cinco dias e não pedi nada: eles ofereceram. O que eu estou a passar — quero ser bem breve, não quero ser vítima de nada — é a pior coisa que um homem pode passar, quando está xeque a sua dignidade, quando invadem as redes sociais da mulher, das filhas com ameaça e insultos", acrescentou.
"Chega um momento assim que, sinceramente, vou fazer 60 anos no próximo mês. Pesas o que vale a pena e o que não vale. Neste momento, quero fazer valer a pena a minha família, que é a coisa mais importante no mundo", continuou.
"Não esperava essa avalanche, são coisas que aconteceram há muito tempo e trazidas como se tivessem acontecido ontem. Fui julgado e punido pela internet, entre aspas. Isso tem consequências muito grandes", afirmou o técnico.
"Saio neste momento porque não era como eu queria. Esperas a vida inteira por isto e sais dessa maneira", disse.
O treinador também revelou que "já tinha tomado essa decisão ontem (quarta-feira)" e que não seria "justo" deixar os dirigentes do clube a "sofrer por um problema" que é dele.
"É nisso que foi baseada a minha saída. Agradecer aos jogadores pelos sete dias que estive aqui. Abraçaram-me. Foi muito porreiro. Se Deus quiser, eu volto um dia para poder fazer um trabalho do começo ao fim", finalizou Cuca.
Cuca é o técnico mais breve da história corintiana junto com Maestro Júnior, que pediu para sair também após duas partidas, em 2003.
A próxima partida do Corinthians é contra o rival Palmeiras, no sábado, para o Brasileirão.