O clube vai em busca do título inédito neste sábado, contra o Boca Juniors, novamente no Maracanã. O estádio já não é mais o mesmo. O Flu oscilou entre épocas vitoriosas e períodos difíceis. Jogadores foram embora, outros chegaram. Mas o drama de há 15 anos continua presente, agora como um estímulo a mais para conquistar a Glória Eterna.
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“Tive a oportunidade e não ganhei. Os jogadores de agora estão a ter a oportunidade de ir lá e entrar para a história do clube. Espero que eles entendam, na mente deles, o que esta partida representa, o que vai ser esta conquista da Libertadores para eles. Se ganhar este título, ninguém se vai esquecer. Vai estar registado no clube o nome de cada um, a foto de cada um. Isso vale a pena”, disse Luiz Alberto, titular do Flu em 2008, em entrevista ao Flashscore Podcast.
Naquela ocasião, o Flu de Thiago Silva, Conca, Thiago Neves, Washington e companhia encantou os tricolores. No regresso à Libertadores após 23 anos, a equipa de Renato Gaúcho chegou à final com uma campanha épica, com direito a apuramento histórico nos descontos contra o São Paulo e vitória categórica sobre o então campeão Boca. Assim como em 2023, o Tricolor eliminou apenas vencedores do torneio no mata-mata.
O desempenho credenciava o Fluminense como favorito na final contra a LDU. Os brasileiros, porém, sucumbiram ao bom conjunto equatoriano e à altitude de Quito no jogo da primeira mão - derrota por 4-2. O tricolor ainda procurou a reação na segunda mão, com hat-trick de Thiago Neves e 3-1 após reviravolta. Nos penáltis, o segundo lugar destruiu o sonho dos 86 mil tricolores no Maracanã.
“Quando começo a falar e lembrar de 2008, sinto vontade de chorar. Sinto mesmo. Este está a ser o ano mais difícil para mim. Agora está difícil para dormir, ver jogos. Mas eu vou segurar. Ainda vamos ser campeões e eu vou me sentir um jogador, como se estivesse dentro do campo”, declarou Thiago Neves, o quase-herói de 2008, em depoimento ao The Players’ Tribune.
A desilusão do vice em casa desencadeou reações diferentes nos adeptos. Para alguns, o sofrimento foi tão grande que a paixão arrefeceu por anos. Para outros, a dor da perda transformou-se em combustível para dar a volta por cima. E para todos eles, a nova chance em 2023 é o momento da superação definitiva do trauma.
“Chegou a nossa hora. Não há outra mensagem. Já estivemos 15 anos a sofrer com esse título. Não é que escapou, tiraram da nossa mão, por tudo que o árbitro fez. São 15 anos a sofrer, sendo gozado. Mas agora chegou o nosso momento. Adeptos, vou estar junto com vocês, vamos comemorar desta vez. Vamos chorar, mas de emoção porque vai estar a comemorar o título”, afirmou um confiante Thiago Neves.

Luiz Alberto também admite que o grupo de 2008 sente a dor da perda até hoje. A postura, porém, é de cabeça erguida para mandar a tristeza embora e acreditar que um novo dia vai raiar.
“É um título que o Fluminense já procura há anos, que os adeptos querem, o clube quer. Você imagina isso? Primeiro título da Libertadores da história do Fluminense, com a grandeza que tem o clube. Vale a pena abrir mão de muita coisa, descansar, dedicar-se e dar o máximo no dia da partida”, concluiu o ex-defesa.