Em 2005, meses depois do SV Salzburgo ter sido comprado pela empresa de companhias energéticas Red Bull e renomeado Red Bull Salzubrgo – com uma nova imagem e novas cores, com o vermelho e branco a assumir o destaque – um grupo de adeptos decidiu mostrar o desagrado com a mudança e criar uma cisão. É nesse ano que nasce o SV Austria Salzburgo, cujo o objetivo era manter a tradição do clube original, nascido em 1933, e, acima de tudo, preservar o roxo e branco, as duas cores identitárias do emblema.
18 anos depois da cisão, os rivais vão encontrar-se pela primeira vez em campo. O sorteio da Taça da Áustria ditou um duelo entre o SV Austria Salzburgo e o RB Salzburgo que se preparara para ser muito mais do que um dérbi. A começar pela forma como o emblema do terceiro escalão (chegou a ser promovido ao segundo, mas foi despromovido por problemas financeiros) anunciou o embate: o emblema do decacampeão austríaco foi substituído por um RB a preto e branco.
“Vamos ter de viver com isto, mas claro que preferíamos outra equipa”, lamentou Claus Salzmann, presidente do SV, ao Salzburger Nachrichten.
Para já existe ainda uma dúvida: onde vai ser realizado o jogo, agendado para setembro. Maxglan, Grödig ou Ried são os palcos e a decisão só vai ser tomada durante esta semana, numa reunião da direção.
Não é caso único
A formação de novos clubes por parte de adeptos descontentes com a direção do emblema que apoiam que não é novidade. Em Inglaterra surgem, talvez, os dois exemplos mais paradigmáticos.
Em 2002 nasceu o AFC Wimbledon, depois do Wimbledon FC ter sido relocalizado para Milton Kenyes, dando origem ao MK Dons. Três anos mais tarde, em 2005, um grupo de adeptos criou o FC United of Manchester para expressar o desagrado com a forma como o Manchester United estava a ser gerido pela família Glazer, sendo o terceiro clube detido por adeptos com mais sócios em Inglaterra.