Rogério Serrador tem subido os degraus de uma carreira sempre em ascensão. Esteve na origem da equipa de futsal do Casal Velho – do distrito de Leiria -, conjunto que orientou durante oito anos e levou aos campeonatos nacionais. Depois, rumou a Fátima onde, em 2016/2017, ficou apenas a um ponto de subir à Primeira Divisão.
Cinco anos depois trocou o emblema do noroeste de Santarém para rumar à vila de Ferreira do Zêzere, no nordeste do mesmo distrito. Desde então, o seu dia a dia divide-se entre a cidade onde nasceu, Nazaré, e a “pequena” vila com pouco mais de 2.000 habitantes. Certo é que ao fim de duas temporadas transportou o clube ribatejano até ao Campeonato Nacional.
- A sua carreira tem sido marcada por uma constante evolução e subidas de patamares. Como olha para o seu trabalho desde o início e até ao dia de hoje?
- Naturalmente com satisfação. Comecei (a carreira) há mais de duas décadas, nos escalões de formação. A seu tempo, tive a oportunidade de me estrear nos seniores e nos escalões distritais. Depois vieram as competições nacionais (Terceira e Segunda divisões), antes de atingir o patamar atual. Tenho orgulho da forma como fui estando em cada uma destas etapas, sobretudo pela forma como fui resiliente e dedicado.
- Agora que está no escalão máximo do futsal nacional, qual é o seu próximo objetivo?- O meu objetivo é, sem qualquer dúvida, ajudar a que o Ferreira do Zêzere seja definitivamente um clube de Primeira (Liga).
- Treinar um plantel semiprofissional é mais desafiante?
- Temos um plantel e uma estrutura praticamente profissionais. Mais do que ser aliciante, é o que eu sempre ambicionei.
- Num ano em que os níveis de competitividade estão ao mais alto nível, como explica o facto de uma equipa que faz a sua estreia na Primeira Divisão estar no meio da tabela, depois de ter estado no topo nas primeiras jornadas?
- A verdade é que começámos muito bem o campeonato e tivemos, em algumas partidas, a felicidade de vencer nos últimos segundos. Temos vindo a crescer, com vontade de assumir a nossa forma de jogar e, dessa forma, atingir um rendimento que se traduza em pontos. Estamos obviamente satisfeitos com o que conseguimos até agora e conscientes de que só com trabalho poderemos estar à altura de todos os desafios.
- Ser o primeiro representante do distrito de Santarém na Primeira Divisão acarreta mais responsabilidades?
- Não. Esperamos é que esse facto possa servir como alavanca para o desenvolvimento do futsal no panorama distrital.
- Desde que assumiu o comando do Ferreira do Zêzere, a sua equipa só perdeu quatro jogos em casa. Como explica este facto?
- A verdade é que, felizmente, nas últimas três épocas não foram muitas as derrotas (risos). E, de facto, em casa temos apresentado um rendimento muito alto. Seguramente que quem já jogou ou simplesmente assistiu a uma partida no nosso pavilhão, sabe que a comunhão existente entre adeptos e equipa se torna determinante neste rendimento.
- Sente o apoio dos adeptos no dia a dia do clube?
- Todos os dias. Na vitoria, na derrota, nos bons e nos maus momentos… são únicos.
- Qual o objetivo do clube para o que resta da temporada?
- O nosso objetivo é conhecido: atingir a manutenção no ano de estreia na Primeira Liga.
- Considera que a equipa é capaz de chegar ao playoff?
- Considero que vamos estar preparados para chegar a cada jogo e lutar pelos pontos em disputa. É o que temos vindo a fazer desde o início e não nos vamos desviar um milímetro. Não nos vamos esconder nem rejeitar nada. Ainda agora começou a segunda volta do campeonato e continuaremos na perseguição do nosso objetivo.
- Como analisa a evolução do futsal português nos últimos anos?
- Notável. O nível da Liga, as conquistas da nossa seleção nacional, as conquistas do Sporting nas últimas épocas a nível europeu… tem sido sempre em crescendo. Toda a comunidade luta diariamente para que não haja estagnação.