84 minutos de jogo. Inglaterra a perder diante de França. Quartos de final de um Campeonato do Mundo. O árbitro assinala um penálti e Harry Kane coloca a bola na marca dos 11 metros.
A grande parte dos adeptos já estava a fazer contas a um eventual prolongamento. O 54.º golo do capitão com a camisola de Inglaterra – que seria um recorde – parecia praticamente garantido depois de, 30 minutos antes, ter festejado daquele exatamente local. Contudo, as bancadas do Al Bayt silenciaram-se quando a bola sobrevoou a barra da baliza de Hugo Lloris e falhou o alvo.
Muitas vezes herói, Kane ficava ligado à tragédia inglesa no Mundial-2022. Um momento doloroso, assumiu no final à BBC, negando que tenha alterado a forma de marcar penáltis por se encontrar diante de Hugo Lloris, com quem partilha o balneário no Tottenham.
“Não sou alguém que fique a pensar nisso durante muito tempo, preparo-me da mesma maneira vá marcar um ou dois penáltis no mesmo jogo. Não me senti diferente desta vez, mas não executei como queria. É algo com que vou ter de viver, foi como levar um murro no queixo. Doeu, todo o jogo doeu, porque acho que fomos melhores e merecíamos ter ganho, mas esta equipa mostrou que está preparada para o futuro”, atirou.
Gary Southgate, o selecionador, também saiu em defesa do jogador que é agora, a par de Wayne Rooney, o melhor marcador da história dos três leões.
“Como podem imaginar ele não está muito bem, mas não há nada a apontar-lhe. Se aqui chegámos foi devido à liderança e aos golos deles”, asseverou Southgate.