Os 47,4 milhões de euros (ME) desembolsados desde 03 de janeiro no escalão principal conduziram mesmo a um investimento sem precedentes nesta altura da época, que foi estimulado pelos novos recordes de gastos de águias (27 ME) e de dragões (12 ME).
O ponta de lança brasileiro Marcos Leonardo e o dianteiro argentino Gianluca Prestianni ingressaram no Benfica procedentes do Santos e do Vélez Sarsfield, por 18 e nove ME, respetivamente, com o segundo negócio a englobar um bónus de dois ME por objetivos.
Os campeões nacionais receberam ainda o extremo argentino Benjamín Rollheiser por empréstimo do Estudiantes, com uma cláusula de opção de compra superior a nove ME.
Negócio similar foi alcançado junto do Manchester United pelo espanhol Álvaro Carreras, que tentará diluir a instabilidade sentida no lado esquerdo da defesa desde a saída do influente Grimaldo para o Bayer Leverkusen, com o Benfica a ter uma opção de seis ME.
O FC Porto limitou-se a contratar Otávio Ataíde ao Famalicão, por 12 ME, com o defesa central brasileiro a colmatar a vaga deixada em aberto pela ausência prolongada de Iván Marcano, a debelar uma rotura ligamentar do joelho, e pela cedência ao Olympiacos de David Carmo, que já tinha sido relegado para a equipa B, devido a conduta inadequada.
O Sporting, líder isolado da Liga Portugal, teve uma atuação mais comedida face aos dois rivais, ao pagar apenas 700.000 euros ao Leixões pelo central ítalo-brasileiro Rafael Pontelo e chegar aos quatro ME pelo centrocampista francês Koba Koindredi ao Estoril Praia, logo após os canarinhos terem ativado uma opção de compra de três ME junto do Valência.
O italiano Cher Ndour reforçou de forma temporária o meio-campo do SC Braga, mas sem cláusula de compra, meio ano depois de ter trocado o Benfica pelo Paris Saint-Germain, clube detido pelo fundo Qatar Sports Investment (QSI), que, ao longo da última temporada, tinha fortalecido a sua posição minoritária no capital social da SAD minhota.
O segundo período de transferências da época foi aproveitado plenamente pelo Rio Ave, que esteve impedido de registar novos jogadores no ano passado, face ao caso Olinga, mas, atendendo à entrada do investidor grego Evangelos Marinakis, juntou 11 reforços.
Nesse lote destaca-se o médio Adrien Silva, campeão europeu de seleções por Portugal em 2016 e antigo capitão do Sporting, que estava sem clube desde o verão, quando saiu do Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos, e regressa à Liga Portugal seis anos e meio depois.
A elite também volta a acolher João Teixeira, Yakubu Aziz, Mateo Tanlongo, Hélder Sá e Cristian Devenish, outras caras novas dos vila-condenses, Nélson Oliveira (Vitória SC), João Basso (Estoril Praia), Yanis Hamache (Arouca), Alex Pinto e Jonathan Buatu (Gil Vicente), Raphael Guzzo (Desportivo de Chaves), Bruno Costa (Vizela), Mika (Moreirense), Nanu e Rodrigo Pinho (Estrela da Amadora) ou Filipe Soares (Famalicão).
Entre as principais transferências internas, André Castro transitou do SC Braga para o Moreirense e Vasco Fernandes, até então capitão do Casa Pia, rumou a Chaves.
Se o Farense foi o único clube primodivisionário sem atividade no mercado de inverno, o Boavista continuou impedido pela FIFA de inscrever novos jogadores pela terceira janela consecutiva, devido a dívidas, numa campanha em que chegou a ter salários em atraso.