Os protestos assolam o país desde a morte da jovem de 22 anos, em 16 de setembro, que foi detida em Teerão por alegadamente ter violado o rigoroso código de vestuário das mulheres no país. Por outro lado, Teerão classifica as manifestações como “tumultos”.
Daei, de 53 anos, cujos 109 golos a nível internacional pareciam imbatíveis até Cristiano Ronaldo o ultrapassar, é um dos futebolistas mais famosos do Irão.
O antigo jogador do Bayern de Munique disse que a sua mulher e filha tinham viajado num voo da Mahan Air, que saiu de aeroporto internacional de Teerão em direção ao Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, segundo relatou a agência de notícias ISNA.
No entanto, o aparelho foi redirecionado e obrigado a aterrar na ilha iraniana de Kish, no Golfo Pérsico, onde a sua família foi retirada, segundo a agência de notícias estatal IRNA.
Citando o poder judicial, a IRNA disse que “a esposa de Daei tinha-se comprometido a informar as instituições relevantes da sua decisão antes de deixar o país”, na sequência da sua “associação a grupos contra a revolução islâmica e aos desordeiros e pelos apelos à greve”.
O relato da IRNA acrescenta que o “voo aterrou no aerporto de Kish e que a esposa e filha de Ali Daei saíram do avião”.
“Retiradas”
O antigo internacional iraniano, que jogou na vitória por 2-1 diante dos Estados Unidos em 1998, disse ter sido alvo de ameaças depois de apoiar os protestos desecandeados pela morte de Amini.
“A minha mulher e filha foram retiradas do voo, mas não foram detidas. Se elas sido proibidas (de sair), o sistema de passaportes da polícia teria mostrado: ninguém me consegue responder a isto. Eu honestamente não sei porque é que isto aconteceu ”, disse Daei, segundo a ISNA.
Daei indicou estrar a tratar do regresso da família a Teerão.
“Queriam prender um terrorista? A minha mulher e filha iam ao Dubai para uma viagem de poucos dias e voltavam”, acrescentou.
No dia 27 de setembro, o antigo avançado usou as redes sociais para apelar ao governo para “resolver os problemas dos iranianos em vez de usar repressão, violência e detenções”.
Em outubro, revelou à AFP que o seu passaporte tinha sido confiscado pela polícia quando regressou do estrangeiro, antes de lhe ser devolvido dias mais tarde.
Admitiu não ter ido ao Campeonato do Mundo no Catar devido à repressão policial durante as manifestações no Irão.
No início de dezembro, a sua joalharia e restaurante, no norte de Teerão, foram selados, com a imprensa local a relatar que foram obrigados a fechar por causa da “cooperação com grupos anti-revolucionários no ciberespaço para perturbar a paz e os negócios do mercado”.