Em 2023, num programa de Oprah Winfrey, Lance Armstrong revelou que tomou EPO, hormonas e fez transfusões de sangue para ganhar os seus sete títulos da Volta a França entre 1999 e 2005.
Após estas confissões, o americano, atualmente com 52 anos, manteve-se afastado da imprensa até ter reaparecido este fim de semana no podcast The Great Unlearn, onde falou abertamente sobre o período que se seguiu à sua confissão.
"Num instante, passei de herói a vilão. Muitas pessoas riram-se da minha confissão. Eu não achei piada, mas merecia certamente perder o meu estatuto", disse Armstrong.
Armstrong foi duramente sancionado por ter criado "o programa de dopagem mais sofisticado, mais profissional e mais bem sucedido da história".
Perdeu os seus títulos de atleta e teve de pagar uma pesada quantia de 5 milhões de dólares (4.6 milhões de euros) ao governo dos Estados Unidos, uma vez que a US Postal era o patrocinador da sua equipa.
O esgotamento mental de Armstrong
O ciclista diz ter sofrido de perturbação de stress pós-traumático após todos estes acontecimentos.
"Normalmente associamos isso a pessoas que estiveram na guerra e perderam camaradas, viram a morte ou mataram inimigos. Mas não é preciso ser um soldado para sofrer de stress pós-traumático", afirmou.
Depois das suas confissões no programa de Oprah Winfrey, Lance Armstrong pensou inicialmente que podia tratar do assunto sozinho.
"A minha terapia? Andar de bicicleta, jogar golfe e beber umas cervejas", explicou à CNN em 2014.
Mas os sintomas depressa se revelaram demasiado fortes, pelo que Armstrong precisou de terapia intensa durante cinco dias, "dez horas por dia", numa clínica.
O antigo ciclista retirou-se definitivamente do ciclismo em janeiro de 2011, um ano antes de a Agência Antidopagem dos Estados Unidos (USADA) ter conseguido provar que se tinha dopado. A União Internacional de Ciclismo proibiu-o de praticar ciclismo para sempre.