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Luis Suárez sem arrependimentos por mão na bola contra o Gana em 2010

Luis Suárez diz que não faz sentido falar-se em vingança antes do duelo entre Uruguai e GanaUru
Luis Suárez diz que não faz sentido falar-se em vingança antes do duelo entre Uruguai e GanaUruAFP
O avançado uruguaio recusou pedir desculpa pela mão deliberada no duelo contra o Gana, em 2010, que na altura ajudou - e muito - à passagem da celeste olímpica às meias-finais do Mundial realizado na África do Sul.

Na reedição dos quartos-de-final de há 12 anos, Uruguai e Gana defrontam-se num jogo decisivo para ambas as seleções na terceira jornada do grupo H do Mundial-2022, no Catar.

Na altura, Luis Suárez utilizou a mão para defender um cebeceamento de Dominic Adiyiah, de forma a evitar que a sua seleção sofresse aquele que seria, com quase toda a certeza, o golo da derrota no último minuto do prolongamento.

O avançado foi expulso, mas Asamoah Gyan falhou o penálti e o Uruguai acabou por vencer no desempate por grandes penalidades, avançando para as meias-finais da prova.

Herói para os sul-americanos e vilão para os africanos, que seriam a primeira selação do continente a apurar-se para uma fase tão adiantada da competição, o avançado diz não ter arrependimentos.

"Não peço desculpa porque eu coloquei a mão à bola, mas foi o jogador do Gana que falhou o penálti, não eu. Talvez pedisse desculpa se fosse expulso por uma entrada dura que lesionasse um jogador, mas, nesta situação, vi o cartão vermelho, o árbitro marcou penálti e não foi culpa minha que o jogador tenha falhado. Não fui eu que falhei", vincou na antevisão ao reencontro entre as duas seleções, que tem sido tema desde que foi conhecido o sorteio.

O Gana poderá procurar uma retaliação e foram muitos os adeptos africanos a centrar a sua ira em Suárez, mas o avançado reforçou que o encontro em questão é passado e que não faz sentido falar-se em vingança.

"Aqueles que falam em vingança... tinham oito anos na altura, só viram o momento em fotografias ou vídeos", disse o jogador de 35 anos, que conta passagens por Barcelona e Liverpool.

"Não se pode interpretar mal tudo. Quando jogámos contra Portugal, os jogadores falavam em vingança por terem sido eliminados (pelo Uruguai em 2018), mas não se pode viver no passado", defendeu.

Já o selecionador Diego Alongo sublinhou que há muito mais em jogo para ambas as equipas do que a vingança, já que o Uruguai tem de vencer para poder progredir para os oitavos-de-final do Mundial-2022, enquanto o Gana pode também ser eliminado caso não ganhe.

"Não sei como é que o Gana vai abordar o jogo, se a pensar na vingança ou não. Para nós, é um jogo decisivo e isso é o que nos interessa. Estamos a fazer o melhor que podemos, a respeitar os adversários, mas não o vemos dessa forma", explicou.