Vestidos de preto, com o amarelo da seleção brasileira ou com as cores dos clubes que Zagallo jogou e treinou, dezenas de pessoas foram à CBF render as últimas homenagens na despedida do Velho Lobo. Próximo do caixão também foram exibidos os cinco troféus dos Mundiais conquistados pelo Brasil.
Zagallo, antigo extremo-esquerdo, conhecido por seu brilhantismo tático, esteve presente em quatro títulos mundiais, mais do que qualquer outro na história do futebol.
Ao lado de Pelé, conquistou como jogador os Mundiais de 1958 e 1962. No Campeonato do Mundo de 1970, foi o treinador da equipa que faturou o tri no México e, em 1994, foi o coordenador técnico no tetra, nos Estados Unidos.
"O trabalho dele foi absolutamente revolucionário, foi disruptivo. E não só nós tínhamos os melhores jogadores do mundo, como tínhamos, inquestionavelmente, o melhor treinador do mundo", disse à AFP Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo, que Zagallo defendeu como jogador e treinador.
"Acho que qualquer treinador deveria inspirar-se naquilo que ele fez na Seleção de 1970", acrescentou Eduardo Bandeira de Mello.
Entre outros que prestaram homenagem estavam o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, e o treinador do Flamengo, Tite, que comandou a seleção brasileira até dezembro de 2022. Os tetracampeões mundiais Zinho, Mauro Silva e Gilmar Rinaldi foram alguns que estiveram no velório, logo no seu início.
Luto nacional
Zagallo morreu na sexta-feira , por falência múltipla dos órgãos, num hospital do Rio de Janeiro, após sofrer uma série de problemas de saúde nos últimos meses. O velório público será seguido por uma missa privada e depois pelo sepultamento no cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chamou Zagallo de "um dos maiores jogadores e técnicos de futebol de todos os tempos", declarou três dias de luto nacional a partir de sábado, ordenando que bandeiras fossem erguidas, a meia haste, em todo o Brasil.
Amado tanto por seus feitos no futebol como pela sua personalidade, Zagallo é lembrado por seu humor caloroso, profunda superstição e paixão pelo desporto. Era o último titular da seleção campeã do mundo em 1958 ainda vivo, depois da morte de Pelé em dezembro de 2022, aos 82 anos.