"Mais um momento bonito, histórico! Não vi os últimos minutos, não consegui. Tinha o relógio a dizer que tinha a pulsação muito acima do normal", revelou Mónica Jorge, destacando o trabalho feito pelo grupo à disposição da estrutura nacional, que valeu o acesso inédito de Portugal ao Campeonato do Mundo de futebol feminino.

"Mais do que ninguém, eles e elas merecem. Houve muita gente que ajudou neste processo, mas uma coisa é ajudar e outra é fazer. E, lá dentro, foram elas que o fizeram. Fizeram-no durante muitos anos. Lembro-me de muita gente que passou por aqui, das gerações que mais sofreram e passaram dificuldades para aguentar o barco, o futebol feminino. Sei que elas estão muito emocionadas pela forma como me enviam mensagens. Obrigado! Nunca me esqueço de vocês, de quem por cá passou, contribuiu, ajudou", salientou.

A responsável federativa aproveitou ainda para vincar o contributo de "clubes e associações", que "foram fantásticos nos nossos projetos de desenvolvimento, segundo e investido nos projetos de desenvolvimento apresentados pela FPF".

"Mas tenho de deixar uma palavra especial à minha direção, que foi fantástica nos últimos 10 anos. A elas, que me acompanharam sempre e me levantaram e apoiaram nos momentos que não foram tão fáceis, dedico isto. Levantaram-me quando ia caindo e fizeram-me continuar o meu caminho, ajudando-as também a continuar o delas. E, como é óbvio, ao presidente. A ele devo-lhe tudo, de coração, e era um presente que queríamos muito dar-lhe. Era uma missão e um objetivo que ele também queria, foi o principal motor no nosso desenvolvimento. Obrigado, presidente! Obrigado a todos".

"Todos ajudámos, mas, mais do que ninguém, foram elas que o fizeram dentro de campo. Foi num Europeu, no seguinte e, agora, no Mundial, para acabar em beleza", reforçou Mónica Jorge.

Defendendo que "é sempre possível chegar longe quando há um compromisso e uma entrega muito grande, mas, acima de tudo, quando há um espírito de grupo muito forte", a diretora federativa lembrou que "os laços emocionais no futebol feminino fazem muita diferença e este era um jogo difícil do ponto de vista emocional, mais do que outra coisa".

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"Elas, dentro de campo, foram umas guerreiras e conseguiram erguer-se num momento difícil. São um orgulho muito grande deste país e acho que vão marcar uma geração, provocando a mudança de cultura desportiva, algo que mais ninguém conseguiu até este momento", sustentou, garantindo que o trabalho continua para que se garantam ainda mais sucessos no futuro.

"Neste momento, é o momento mais alto da nossa história, mas estamos a trabalhar para o futuro e isto provoca outros desenvolvimentos e outro crescimento, especialmente nelas e nos clubes. Não vamos parar por aqui. A FPF esta a continuar o seu projeto e a sua estratégia de desenvolvimento, vai continuar para outras gerações, para outras estruturas técnicas, jogadoras e diretoras poderem alcançar outros voos", apontou.

"A geração que está a chegar pode ser aquela que mais contribui no futuro. Agora, estão a contribuir como jogadoras, nós fizemos o nosso papel, a FPF faz o seu papel, sempre dentro dos princípios da paridade e igualdade, dos quais muito me orgulho. Estamos mesmo a provocar esta mudança cultural", concluiu.