O campeão do mundo italiano regressou a um nível de desempenho digno do seu estatuto, depois de um mês de setembro lento que viu o rival espanhol ameaçar o sonho de um bicampeonato consecutivo.
O piloto da Ducati terminou à frente do seu rival na classificação geral no final da corrida de sprint na Indonésia, mas desde então acumulou 45 pontos em 50, em comparação com 11 do seu rival, que foi enviado de volta para os seus estudos. "Sabemos muito bem como as coisas podem mudar", disse Bagnaia (366 pts).
De regresso ao circuito de Buriram, Bagnaia tem 27 pontos de vantagem sobre Jorge Martín (339 pts), que terá de fazer milagres para conquistar o seu primeiro título mundial.
O madrileno pode esperar somar até 37 pontos este fim de semana, na corrida de sprint de sábado e no Grande Prémio de domingo, se a chuva prevista não perturbar o programa, como aconteceu na Austrália na semana passada. O cancelamento da corrida de sprint, devido ao mau tempo e ao vento, privou Martín de uma oportunidade de reduzir a diferença. No circuito de Phillip Island, também pagou caro a sua ousada escolha de pneu traseiro, diferente dos seus rivais, ao perder quatro lugares na última volta do Grande Prémio da Oceânia. Na etapa anterior, na Indonésia, o madrileno tinha-se despistado a caminho da vitória.
"Temos de aprender com os nossos erros. Na Indonésia e na Austrália, eu estava muito rápido, mas cometemos erros. Isso não vai voltar a acontecer", reagiu.
O ambiente rural de Buriram, onde os arrozais fazem fronteira com o circuito, não lhe serviu de nada até agora. O espanhol não conseguiu melhor do que o quarto lugar, em 2018, na altura em Moto3.
A ressaca de Zarco
Bagnaia, por seu lado, terminou em terceiro na época passada, num fim de semana já marcado pela chuva intensa. Esse resultado abriu-lhe as portas para o seu primeiro título, às custas do francês Fabio Quartararo.
Terceiro na geral (293 pts), o italiano Marco Bezzecchi (Ducati-VR46) parece agora fora da luta pelo título depois de ter partido a clavícula no início de outubro, mas o poleman do ano passado tem hipóteses de vencer no domingo.
Johann Zarco (Ducati-Pramac) esperou até à sua sétima época, e 120 Grandes Prémios, para finalmente vencer no MotoGP no passado sábado. Foi uma vitória libertadora e"muito emocional", admitiu o piloto de 33 anos de Avignon, que se tornou o quinto francês a triunfar na categoria rainha. "Vai ser interessante ver como me saio na Tailândia e como me sinto na mota", acrescentou.
O seu sucesso veio depois de ter desistido de se juntar à equipa oficial da Honda, em busca de um substituto para o lugar que a lenda espanhola Marc Márquez vai deixar na próxima temporada, que está de saída para a Ducati-Gresini.
Quem sucederá ao hexacampeão do mundo de MotoGP na equipa japonesa? A questão continua a agitar o paddock, a um mês do fecho das cortinas em Valência. O português Miguel Oliveira (Aprilia-RNF), vencedor do ano passado em Buriram, o espanhol Maverick Viñales (Aprilia) e o italiano Fabio Di Giannantonio (Ducati-Gresini) foram todos abordados, mas ainda não foi feito qualquer anúncio.