Aos 40 anos, o sete vezes campeão do mundo (2008, 2014, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2020) vai trocar a Mercedes para pilotar, pela primeira vez, um carro sem motor do construtor alemão, vestindo o vermelho da marca do ‘cavallino rampante’.
A ‘dança’ confirmada na quinta-feira, com a ida de Hamilton para a Ferrari, da qual sai o espanhol Carlos Sainz, é só o mais recente ‘golpe’ da Ferrari na contratação de pilotos consagrados, desta vez potenciado pelo valor da imagem do britânico.
O então tricampeão Juan Manuel Fangio chegou à Ferrari em 1956, já com três cetros (1951, 1954 e 1955), depois de ter ficado sem equipa, com a retirada da Mercedes. Apesar da rivalidade com Enzo Ferrari, o argentino rumou à escuderia transalpina para arrecadar o seu quarto título (1956), após o qual regressou à também italiana Maserati, para vencer o campeonato pela quinta vez (1957).
Mais de 30 anos depois, e na sequência da rivalidade com o brasileiro Ayrton Senna, o francês Alain Prost rumou a Maranello proveniente da McLaren, também já com o estatuto de tricampeão (1985, 1986 e 1989), levando o número ‘1’ para o monolugar da Ferrari em 1990.
O ‘casamento’ da primeira aquisição da escuderia após a morte de Enzo Ferrari, em 1988, durou dois anos, não indo além do segundo lugar na estreia e do quinto no segundo ano, que culminou com o divórcio litigioso antes do terceiro ano de contrato. O quarto cetro chegou ao volante da Williams, já em 1993, depois de um ano sabático.
O alemão Michael Schumacher foi a ‘joia lapidada’ seguinte, em 1996, já com o bicampeonato (1994 e 1995) no historial, pela Benetton, mas a aposta – cujo alvo teria sido o malogrado Ayrton Senna – só deu frutos à quinta temporada, quando arrancou para a série de cinco títulos seguidos (2000, 2001, 2002, 2003 e 2004) até deixar a equipa em 2006.
Na expectativa de reeditar este êxito chegou Fernando Alonso, em 2010, depois do bicampeonato pela Renault (2005 e 2006) e de um ano de luta interna na McLaren com o jovem estreante Lewis Hamilton, mas, no monolugar vermelho, o espanhol não conseguiu melhor do que três segundos lugares (2010, 2012 e 2013), em cinco anos.
Sem conseguir triunfos com Alonso, a Ferrari recrutou o principal 'culpado', o alemão Sebastian Vettel, após o tetracampeonato pela Red Bull (2010, 2011, 2012 e 2013), mas também apenas conseguiu ser ‘vice’ em 2017 e 2018, responsabilidade de Hamilton.
O britânico é agora o ‘ponta de lança’ da candidatura da Ferrari ao seu 15.º campeão do mundo, aspirando ao título que lhe escapa desde a vitória do finlandês Kimi Raikkonen, em 2007, tendo, apenas, como exemplos Fangio e Schumacher.
No entanto, esta mudança vai ocorrer somente em 2025, tendo ainda toda uma temporada com o monegasco Charles Leclerc e Sainz para tentar combater o domínio avassalador do neerlandês Max Verstappen.