A chuva caiu como que do céu para Jorge Martín. Numa corrida difícil (tanto para os rivais como para as condições em que decorreu), o piloto espanhol confirmou as suas intenções e lançou um aviso: vai lutar pelo Campeonato do Mundo. Com a sua vitória no Japão, o espanhol ficou a três pontos de Bagnaia no topo da classificação.
A corrida começou com Martín a partir à frente de Miller, Bagnaia, Aleix, Binder e Márquez. Martín foi agressivo desde o início. Aleix Espargaró fez um arranque devastador, atacando praticamente desde a segunda volta. Nessa altura, a incerteza tomou conta das garagens: as dúvidas sobre as possíveis alterações eram evidentes. Martín apanhou um susto. Pirro assumiu a liderança por alguns instantes. Márquez pressionou para mostrar o seu estado.
O susto não impediu as intenções de Martín: o piloto espanhol lançou um ataque na sétima volta que começou a preocupar Bangaia. Espargaró, na oitava volta, mostrava alguma dificuldade em acompanhar os seus companheiros de equipa.
Na volta 10, Jorge já estava em modo "Martinador". Mantinha um segundo de diferença para Bagnaia e evitava ao máximo os erros. A água, naquele momento, tornava quase impossível continuar a corrida. Márquez, no entanto, entrou em paralelo com Bezzecchi e ultrapassou-o, colocando Bagnaia entre as suas sobrancelhas.
Na volta 13, a bandeira vermelha foi acionada.
Pouca luz e muita água
Com mais de 50% da corrida realizada, a Direção de Prova decidiu atribuir pontos totais. Havia muito pouca luz e, apesar de um reinício (os trabalhos recomeçaram após a chuva na volta 12, Jorge Martín assumiu o primeiro lugar, à frente de Bagnaia e Marc Márquez.
Márquez voltou a subir ao pódio quase um ano depois. A mais recente tinha sido no GP da Austrália do ano passado. As lesões causaram uma queda no desempenho do piloto da Honda, que completou uma performance positiva no Japão no domingo.
"Gostei da corrida, senti-me bem. No início mantive-me calmo e tentei perceber os pneus. Quando vi que havia água na pista, decidi atacar. Penso que a Direção de Corrida fez um bom trabalho, parou a corrida num bom momento porque eu não conseguia ver nada. Achei que era bom tentar de novo porque tinha mais opções, mas não estava a correr bem e havia muita água. Parabéns aos dois pilotos da frente", disse Martín no final da corrida.
Problemas para Miguel Oliveira
O piloto português Miguel Oliveira (Aprilia) abandonou o Grande Prémio do Japão de MotoGP na 11.ª de 25 voltas com problemas mecânicos, quando era sexto classificado. O piloto luso, que partiu da 16.ª posição, aproveitou a chuva que se abateu sobre o circuito de Motegi para fazer uma boa prova, chegando a rodar na quarta posição e em luta pelo pódio.
No entanto, na 11.ª volta, Oliveira começou a rodar de forma mais lenta, cerca de dois segundos mais lento do que o líder, o espanhol Jorge Martin (Ducati). Ainda declarou que era possível voltar à pista, mas, com a interrupção da prova, viria a terminar no 18.º posto.