Pecco Bagnaia estava ansioso por fazer as pazes em casa. O piloto de Turim, embora líder do Campeonato do Mundo, tinha três "zeros" em cinco corridas. Depois da sua vitória na corrida de sprint de sábado, o italiano queria brilhar em Mugello, ao sol da Toscana, 35 quilómetros a norte da bela Florença. Tinha uma mota (Ducati), ritmo, qualidade e o apoio dos adeptos. O seu estatuto de favorito era indiscutível.
Miller e Bezzecchi queriam dar-lhe um aviso no início, mas Pecco não o permitiu. Ele estava disposto a assumir a liderança desde o início e a evitar incidentes devido a toques com outros pilotos. Jorge Martín, outro predador da pista, recuperou três posições e ficou logo atrás do líder. Bagnaia escapou e Martín tentou seguir-lhe o rasto. Os restantes ficaram para trás. As duas Ducati assumem a liderança.
Marc Márquez continua a sua série negra. Caiu, por erro próprio, quando estava na quarta posição. Quando se levantou, ergueu os braços, resignado, como se perguntasse o que mais poderia fazer para ter alguma sorte. O octacampeão do mundo, abatido, sabe que a luta pelo título deste ano é mais uma vez impossível para ele.
Miguel Oliveira, recorde-se, caiu na 10.ª volta, quando seguia no 13.º posto, depois de ter recuperado quatro lugares, na prova que marcou o regresso do piloto português após a operação ao ombro, sofrida no GP de Espanha.
Martin é implacável na sua tentativa de perseguir o campeão italiano, mas Bagnaia mantém a sua vantagem de meio segundo. O resto do grupo, liderado por Alex Márquez e Luca Marini, ficou para trás e estava a 2,5 segundos de "Martinator".
Nessa altura, a nove voltas do fim, Álex Márquez caiu à entrada de uma curva quando estava na terceira posição. Não foi certamente o melhor fim-de-semana para os irmãos Cervera.
Bagnaia não cometeu um único erro e Martín teve de atirar a toalha ao chão para se contentar com o segundo lugar. O italiano teve um fim-de-semana perfeito (venceu também a corrida de sprint) e festejou em grande estilo perante os 77.000 espectadores presentes. Grande desempenho também para o espanhol da Ducati, que se aproximou mais do segundo lugar do que Marco Bezzecchi, que só conseguiu terminar em oitavo. O francês Zarco completou o pódio.
As Ducati, de resto, dominaram por completo a corrida em Mugello e chegaram a ter os seis primeiros lugares da frente, terminando com os quatro primeiros, com Zarco e Marini a completaram o quarteto da frente.