“Sou o único treinador com duas finais europeias nos últimos dois anos (Liga Conferência e Liga Europa com a Roma). Falem do meu presente. Não tenho culpa de há 20 anos ter conquistado a Liga dos Campeões. Mas se forem a 90% dos treinadores e questionarem se gostavam de jogar duas finais europeias consecutivas, a maior parte vai dizer que sim”, atirou José Mourinho, que quer continuar ao mais alto nível: "Não tenho 61 anos e estou a dizer que vou parar aos 65 anos, ainda tenho uma longa carreira".
Em relação ao futuro, Mourinho recorda que chegou a uma Roma sem tradição de vencer e que isso é prova da abertura que tem para treinar outros clubes.
“Não tenho medo de trabalhos em que a vitória não é garantida. Quando alguns treinadores atingem determinado nível dizem que só aceitam clubes para vencer. O meu trabalho é transformar essas equipas, ou pelo menos atingir os objetivos(…) Não posso ir para um clube e, devido ao meu histórico, pensarem logo que é para lutar pelo título. Não, temos de ser justos. Vou para um clube quase despromovido e acham que o objetivo é vencer a Liga dos Campeões. É bom, mas não é justo”, frisou, atirando depois uma farpa à Roma: “Se as pessoas têm algum receio em relação ao Mourinho, não tenham. Basta darem-me uma estrutura profissional que me permita ser treinador que é aquilo em que sou bom. As pessoas dizem que sou bom a comunicar, mas muitas vezes disse as coisas erradas. Especialmente quando tenho de falar três, quatro vezes por semana. A estrutura do clube empurrou-me na direção errada”.
A decisão de ficar em Portugal
A carreira de José Mourinho fica marcado pelo sucesso no FC Porto. Em 2003 e 2004 o treinador português levou os dragões à conquista da Taça UEFA e Liga dos Campeões, um feito que ficou para a história.
“Depois da Taça UEFA, comecei a receber interesse em alguns clubes interessados em mim, mas não muito grandes ou da Premier League. Na altura pensei: ‘gosto de estar aqui, tenho uma boa equipa, um grande presidente, boa estrutura. Vou ganhar o campeonato, aproveitar a Liga dos Campeões e depois logo se vê’. Tinha o sentimento de que podia ter deixado Portugal quando quisesse, mas depois da corrida em Old Trafford (na Liga dos Campeões), tudo mudou”, concluiu.