A participar pela 12.ª vez num Mundial, a quinta consecutiva, a Suíça fez alinhar algumas caras bem conhecidas do futebol mundial. Yann Sommer foi o dono da baliza, guardada por uma defesa com Manuel Akanji e o experiente Ricardo Rodriguez. Granit Xhaka e Xherdan Shaqiri foram, também, chamados a jogo, com a grande curiosidade a "morar" na frente de ataque: Breel Embolo encaminhou Haris Seferovic, jogador emprestado pelo Benfica ao Galatasaray, para o banco - foi suplente utilizado - e foi o avançado escolhido pelo selecionador helvético para ir a jogo, defrontando, por isso, a seleção do seu país de nascimento, ele que tem origem camaronesa.
Pelos Camarões, que consumam o recorde africano de oito presenças na prova, destaques para Andre Onana, na baliza, e para o poderoso trio ofensivo composto por Bryan Mbuemo, Eric Choupo-Moting e Karl Toko Ekambi, jogadores capazes de causar dores de cabeça a qualquer defesa. Nota, ainda, para a presença de Andre Anguissa no meio-campo e para Vincent Aboubakar, antigo jogador do FC Porto, que começou no banco, de onde saiu a cerca de 15 minutos do fim.
Naquele que foi o primeiro duelo de sempre entre ambas as seleções, os primeiros minutos trouxeram uma imagem clara das intenções das duas partes. A Suíça procurava ter bola e controlar o ritmo do jogo, enquanto os Camarões apostavam na verticalidade e na forte transição ofensiva.
E foi assim que, logo aos 10 minutos, o conjunto africano esteve perto de inaugurar o marcador. Bem lançado em velocidade, Bryan Mbuemo ganhou rematou já dentro da grande área, Sommer defendeu para a frente e Ekambi, na recarga e em excelente posição, atirou por cima.
Na posse de bola, ia ganhando a Suíça, mas nas oportunidades de golo dominavam os Camarões, que voltaram a ameaçar à passagem da meia-hora. Mbuemo combinou ao primeiro toque com Choupo-Moting, desde o flanco direito para o meio, e serviu o médio Martin Hongla, que rematou para defesa apertada do guarda-redes do Borussia Monchengladbach.
O primeiro sinal helvético só chegou a cinco do intervalo e na sequência de um canto. Ruben Vargas levantou desde o lado esquerdo do ataque e Nico Elvedi, no coração da área, cabeceou ao lado.
A bola parada parecia solução e, cinco minutos depois, lance tirado a papel químico, no qual mudou apenas um dos intervenientes. Do mesmo local, Vargas voltou a colocar o esférico com perigo na grande área e Akanji, mais alto que todos os outros, falhou por pouco a baliza de Onana.
A Suíça cresceu nos instantes finais da primeira parte e transportou esse ímpeto para a etapa complementar. E o certo é que, apesar de não ter criado grande perigo nos primeiros 45 minutos, o conjunto helvético regressou dos balneários e marcou.
Com apenas três minutos jogados depois do reatamento, a bola transitou da esquerda para a direita do ataque, passando pelo meio, acabando no fundo da rede camaronesa depois de remate de Embolo, servido por Shaqiri. Uma jogada fantástica da Suíça, terminada pelo seu avançado... nascido nos Camarões. Nos festejos, o jogador do Mónaco conteve-se em sinal de respeito pelo país de origem e, envolvido pelos colegas de seleção, não festejou efusivamente.
Em desvantagem, os Camarões mudaram o registo, tornando-se menos pacientes no processo defensivo e procurando maior chegada ao último terço. E dez minutos depois, Choupo-Moting respondeu ao golo contrário, entrando na área e deixando Akanji para trás antes de rematar, praticamente sem ângulo, para defesa apertada de Sommer.
Ainda assim, o conjunto europeu mostrava-se mais perigoso nesta fase do encontro e, aos 66, voltou a dispor de oportunidade para ampliar o resultado. Oportunidade dupla, diga-se. Silvan Widmer deu largura e profundidade pelo lado direito do ataque e assistiu Vargas, que, em "zona de tiro", obrigou Onana a uma fantástica intervenção. Na sequência do lance, canto de Shaqiri e corte providencial de Anguissa, que tinha Embolo nas suas costas pronto para desviar para a baliza.
A partir daqui, o ritmo do jogo esfriou e só nos minutos finais a Suíça voltou a visar com perigo a baliza adversária, com um remate de Shaqiri, desde fora da área, para defesa atenta de Onana.
Pouco depois, Seferovic utilizou bem o corpo para ganhar posição e, apesar de trabalhar bem sobre um defesa contrário, viu-o travar-lhe um remate que levava selo de golo.
Até final, os helvéticos conseguiram acalmar o jogo, guardar a bola e segurar a magra vantagem, enquanto os Camarões tentaram, sempre sem êxito, incomodar a estrutura defensiva contrária.
Flashscore Homem do jogo: Yann Sommer (Suíça)
