Mudança: Seleções africanas vão ao Mundial-2022 só com selecionadores daquele continente

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Mudança: Seleções africanas vão ao Mundial-2022 só com selecionadores daquele continente

Aliou Cissé, do Senegal, vai repetir a presença no Mundial-2022.
Aliou Cissé, do Senegal, vai repetir a presença no Mundial-2022.FIFA
É a primeira vez que África vai ter cinco selecionadores num Campeonato do Mundo, uma mudança de paradigma depois de em 1998 não ter levado nenhum.

Camarões (Rigobert Song), Gana (Otto Addo), Marrocos (Hoalid Regragui), Senegal (Aliou Cissé) e Tunísia (Jalel Kadri) vão ser os representantes de África no Mundial-2022. Um quinteto que leva nos bancos aquilo que parece ser uma mudança de paradigma no futebol daquele país, já que os cinco selecionadores nasceram todos naquele continente, sendo que, a título de curiosidade, todos são naturais do país que vão comandar no Catar.

Uma mudança bastante significativa se tivermos em conta que nas últimas edições dos Mundiais, as seleções africanas apresentam, na sua grande maioria, treinadores do continente europeu ou sul-americano. Para se ter em comparação, em 2018, só Tunísia (Nabil Maaloul) e Senegal (Aliou Cissé) tinham treinadores africanos; número igual em 2014, com Gana (Kwesi Appiah) e Nigéria (Stephen Keshi); em 2010, apenas a Argélia (Rabah Saâdane); e se recuarmos a 1998, nenhum treinador africano particpou nesse Mundial.

''Alguma coisa está a mudar na qualidade dos treinadores do continente africano'', justificou Aliou Cissé que repete a presença num Campeoanto do Mundo, sempre com o Senegal, prosseguindo: ''O nosso sonho é que a capacidade dos africanos passe a ser valorizada e que as pessoas entendam que em África existem bons treinadores''.

Declarações feitas depois da conquista do Campeonato Africano das Nações em 2021. Foi a segunda vez consecutiva que a prova foi conquistada por um treinador originário daquele continente, sendo que a isto se junta o facto de os últimos sete vencedores da Liga dos Campeões Africana também ter sido vencida por treinadores africanos.

''Existem pessoas que podem ter tido sucesos no passado e até foram bons treinadores na Europa, mas para o futebol africano é preciso o treinador certo, alguém que perceba a cultura, os pros e os contras de trabalhar com uma equipa assim e retirar o máximo deles'', explicou Tom Saintfiet, um belga que há mais de uma década que trabalha no continente, estando atualmente ao leme da Gâmbia.

Recorde-se que nunca seleção de África atingiu as meias-finais de um Campeonato do Mundo. O mais longe que conseguiram chegar foi aos quartos de final, em 1990, 2002 e 2010, sendo que nenhuma equipa era comandada por um treinador africano: O russo Valeri Nepomniashschi liderava os Camarões em 1990, o francês Bruno Metsu estava no Senegal, em 2002, e o sérvio Milovan Rajevac ocupava o banco do Gana, em 2010.