Estreia
Com Daniel Accioly no banco, a render Jorge Simão, o Santa Clara apresentou-se exatamente com o mesmo onze que foi derrotado pelo Marítimo na ronda anterior.
Moralizado pela vitória diante do rival SC Braga, Moreno viu-se obrigado a mexer na equipa, por motivos de força maior. Sem Bruno Varela e Celton Biai, ambos lesionados, Rafa avançou para a baliza do Vitória de Guimarães, fazendo a estreia aos 18 anos. André André rendeu o castigado Tiago Silva no meio-campo, na outra mudança forçada.
Safira de ouro
A realizar uma segunda volta praticamente imaculada (conquistou 13 dos 15 pontos possíveis), o Vitória de Guimarães não pareceu entrar completamente focado em campo. Talvez ainda com o pensamento na emotiva vitória no dérbi minhoto, os comandados de Moreno permitiram maior controlo de jogo a um Santa Clara que entrou em campo minutos depois da derrota do Marítimo que dava uma nova hipótese de fuga à zona de despromoção.
Contudo, fora um lance de alguma confusão na área, em que vários jogadores deram o corpo ao manifesto para manter a baliza de Rafa inviolada, os açorianos raramente foram capazes de provocar perigo ou aproveitar alguma possível intranquilidade do estreante guardião.
Ciente do perigo, o Vitória de Guimarães mostrou-se clínico. Aos 22 minutos, Afonso Freitas surgiu na esquerda, cruzou rasteiro e Safira aproveitou um ressalto fortuito na área para fazer o quarto golo na Liga.
E se tinha chegado ao topo dos melhores marcadores vitorianos esta edição do campeonato, Safira quis lá ficar sozinho. Aos 30 minutos, Miguel Maga cruzou da direita e o avançado brasileiro antecipou-se de cabeça e fez o primeiro bis da temporada. Contratado ao B SAD no início da época, soma cinco dos últimos oito golos vimaranenses no campeonato.
O Santa Clara acusou os dois golos e fora um remate de Bruno Almeida (41 minutos) ao lado, a equipa insular sentiu muitas dificuldades para voltar a entrar no jogo. E pior ficou aos 44 minutos.
Autor do melhor golo da temporada passada, ao serviço do Arouca, André Silva colocou os olhos no prémio desta edição. Rafa bateu um pontapé de baliza que o avançado brasileiro dominou, virou-se para a baliza e disparou de fora da área, deixando Gabriel Batista pregado ao chão. Assistência para o estreante guarda-redes, uma obra-prima do avançado brasileiro e Estádio de São Miguel silenciado.
Reveja aqui as primeiras incidências da partida
7 centímetros de esperança
O segundo tempo trouxe um jogo completamente diferente. O Vitória de Guimarães aproveitou a vantagem para impelir o Santa Clara a avançar e tentar aproveitar as transações rápidas.
Os açorianos lutaram mais com o coração do que com a cabeça. E receberam um balão de esperança aos 64 minutos, quando Rildo se escapou nas costas da defesa, tirou Bamba do caminho e rematou para o fundo das redes. O lance foi inicialmente anulado por Manuel Mota, mas o VAR confirmou a legalidade: 7 centímetros que colocavam o brasileiro em jogo e davam esperança a um Santa Clara onde nada parece funcionar nas últimas semanas.
Os 26 minutos seguintes mostraram uma equipa que se quer agarrar com todas as forças à Liga, com qualidade individual para não andar nestas aflições, mas algumas dificuldades coletivas se vão acentuado à medida que os jogos vão passando e a despromoção começa a tomar forma.
Com o apito final de Manuel Mota, os rostos sorumbáticos no relvado misturavam-se com os das bancadas. A frustração era palpável de um Santa Clara que não conseguiu sair do 17.º lugar, com 15 pontos, e que pode acabar a jornada com o Paços de Ferreira, eterno lanterna vermelha desta Liga, colado.
Contrastava com a alegria de um Vitória de Guimarães imparável nesta segunda metade de campeonato. Com 40 pontos, no quinto lugar, a equipa de Moreno abriu já um fosso de seis pontos em relação ao Arouca e na defesa daquele que é o último lugar de acesso à Liga Conferência (mediante o vencedor da Taça de Portugal, o sexto também pode significar provas europeias.
Homem do jogo Flashscore: Safira (Vitória de Guimarães)
