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Natação: Michael Phelps apela à reforma da Agência Mundial Antidopagem

Phelps na terça-feira em Washington.
Phelps na terça-feira em Washington.NATHAN HOWARD/Getty Images via AFP
Michael Phelps, lenda da natação americana, e Allison Schmitt, quatro vezes medalhista de ouro nos Estados Unidos, apelaram na passada terça-feira à reforma da Agência Mundial Antidopagem (AMA), tendo em conta a forma como esta lidou com o escândalo de dopagem na natação chinesa em 2021.

"Exorto o Congresso a usar a sua considerável influência sobre a AMA para tornar a organização independente e eficaz. Não pode ser uma coincidência que a AMA tenha mais uma vez sucumbido à pressão do desporto internacional para fazer a coisa certa à custa do atleta", disse Phelps a uma Subcomissão de Supervisão e Investigações do Congresso dos EUA em Washington.

Em abril, o New York Times e a emissora alemã ARD noticiaram que 23 nadadores chineses tinham testado positivo em 2021 para trimetazidina - uma substância que pode melhorar o desempenho. Nenhum dos 23 nadadores foi suspenso ou sancionado, uma vez que a AMA aceitou a explicação das autoridades chinesas de que os resultados se deviam a uma contaminação alimentar num hotel onde estavam hospedados.

Vários destes atletas ganharam medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio. E 11 estão entre os nadadores selecionados para os Jogos Olímpicos de 2024 (26 de julho-11 de agosto).

O nadador de 38 anos, com 23 medalhas de ouro olímpicas, comparou a situação atual com a de 2017, quando já tinha apelado a reformas da AMA após o escândalo de doping na Rússia em 2014. claro que todas as tentativas de reformar a AMA falharam e que ainda existem problemas sistémicos profundamente enraizados que estão a revelar-se prejudiciais à integridade do desporto internacional e ao direito dos atletas a uma competição justa", disse o americano.

"Como atletas, não podemos continuar a confiar cegamente na Agência Mundial Antidopagem, que continua a demonstrar que é incapaz ou não quer aplicar as suas políticas de forma consistente em todo o mundo", continuou.

Schmitt, de 34 anos, fez parte da equipa americana de estafetas de 4x200m livres que ganhou a medalha de prata em Tóquio, atrás da China.

Embora tenha ouvido "rumores de doping por parte da equipa chinesa" ao longo da sua carreira, inicialmente não tinha razões para acreditar neles. "Mas hoje, ao saber que a estafeta chinesa era composta por atletas que não tinham cumprido uma suspensão, fiquei com dúvidas", lamentou.

"Peço, em nome dos atletas americanos, que a AMA e o sistema mundial antidoping sejam responsabilizados", acrescentou a nadadora.