Regressos desejados
A lidar com uma onde lesões, Sérgio Conceição teve boas notícias antes do jogo. Otávio, Uribe e Galeno recuperaram a tempo de serem titulares na equipa do FC Porto. À semelhança do que aconteceu em Alvalade, Pepê voltou a aparecer ao lado de Taremi, na frente de ataque.
Na equipa do Inter, nota para o regresso de André Onana na baliza, Lautaro Martínez à frente de ataque e Skriniar ao lado direito do trio de centrais, com Handanovic Dumfries e Lukaku a ficarem no banco de suplentes. Apostado num meio-campo mais criativo, Çalhanoglu também ocupou a vaga de Brozovic.
Um problema à esquerda
Num dos grandes anfiteatros do futebol europeu, o FC Porto não se atemorizou e entrou personalizado e com uma estratégia bem definida. Ciente das zonas de pressão e onde as aplicar, o conjunto de Sérgio Conceição conseguiu retirar Çalhanoglu da partida e retirar capacidade do Inter de sair com a bola controlada para o ataque.
Contudo, se é certo que estava a conseguir criar dificuldades aos italianos, não deixa de ser menos verdade que os dragões também estavam ele próprios a sentir problemas no ataque à baliza adversária e foi preciso esperar até aos 26 minutos para ver o primeiro remate à baliza do conjunto português.
Por outro lado, o Inter começava a perceber uma das pechas do FC Porto. Zaidu e Galeno sentiam dificuldades perceber quem devia saltar à pressão a Darmian e Lautaro Martínez a descair para o lado direito também ia criando muitas dificuldades. Foi por esse lado que os italianos conseguiram ameaçar, mas com desacerto.
Ânimos quentes e grandes defesas
Os últimos 10 minutos da primeira parte ficaram marcados por mais momentos de frisson nas bancadas do Giuseppe Meazza, com os dois guarda-redes a brilharem. E o primeiro até começou por ser André Onana, numa bela jogada do FC Porto: Otávio encontrou Taremi nas costas, que tocou de calcanhar para Grujic disparar de primeira um remate a que o guardião camaronês se opôs com qualidade. Galeno falhou a recarga de cabeça.
Foi o melhor momento do FC Porto na primeira parte e uma altura em que os ânimos subiram. No seguimento da jogada, os dragões estiveram perto de marcar numa saída de bola que correu mal aos italianos. O lance foi anulado por fora de jogo, mas não evitou uma acalorada discussão entre Onana e Dzeko, com Çalhanoglu a calar, literalmente, o guarda-redes.
Minutos depois, os jogadores do Inter colocaram a bola fora para assistência a Darmian. Na sequência do lançamento, os jogadores italianos esperavam que lhes fosse devolvida a bola, mas Otávio arrancou em direção à baliza. O árbitro terminou a jogada, mas não evitou o sururu junto à linha latera, resolvido com um amarelo para o internacional português e Dimarco.
O regresso do futebol fez-se com mais uma grande defesa, desta feita de Diogo Costa. Aos 45+2 minutos, Çalhanoglu bateu um livre lateral na direita, com Bastoni a antecipar-se ao primeiro poste, mas o guardião português mostrou enormes reflexos.
Acompanhe as principais incidências da partida
Super Onana e Big Rom
O segundo tempo trouxe duas equipas mais balanceadas para o ataque. Contudo, se na primeira parte podemos dizer que a melhor oportunidade pertenceu ao Inter, na etapa complementar foram os dragões que estiveram mais perto de fazer andar o marcador.
E se não o fez devido a André Onana. Retirado da seleção dos Camarões depois de um desacordo com Rigobert Song, o guarda-redes de 26 anos mostrou porque relegou o capitão do Inter para o banco de suplentes.
Aos 57 minutos, após uma arrancada de João Mário pela direita, negou o golo a Zaidu e Taremi, em lances seguidos nos quais mostrou reflexos felinos e uma concentração total para não perder o caminho da bola, que sofreu alguns ressaltos pelo caminho.
A ver a equipa a perder o domínio do jogo, Inzahgi aproveitou para lançar Lukaku para a frente de ataque aos 58 minutos e viu o plano mudar de feição. Com o belga em campo, os italianos apostaram num estilo de jogo mais direto, com os médios a aproximarem-se na procura de aproveitar as bolas que o avançado consegue segurar.
As extravagâncias de um génio
Melhor jogador do FC Porto esta temporada, Otávio mostrou-se um regresso de qualidade inegável para os dragões e estava a ser um dos dínamos ofensivos de uma equipa de Sérgio Conceição que começava a ganhar confiança e a frustrar as bancadas do Giuseppe Meazza.
Mas como a grande maioria dos génios, Otávio acabou traído por uma extravagância. Depois de ver o amarelo numa confusão da primeira parte, o internacional português acabou expulso aos 78 minutos, depois de travar Çalhanoglu em falta, na cabeça da área. Segundo amarelo e o FC Porto ficava reduzido a 10 no que restava do jogo e sem um dos craques na segunda mão.
Em vantagem e com o FC Porto a recuar no terreno (Taremi saiu para dar lugar a Wendell), o Inter acentuou as bolas áreas para Romelu Lukaku que ia criando muitas dificuldades a Marcano e Pepe, uma dupla que se vinha a mostrar praticamente intransponível.
A resistência dos dragões caiu aos 86 minutos. Barella cruzou da direita, Lukaku acertou um primeiro cabeceamento no poste e na recarga rematou para o fundo das redes de um desamparado Diogo Costa. Foi o apenas o segundo golo do belga nesta edição da Liga dos Campeões.
O terceiro podia ter chegado logo a seguir, mas Diogo Costa, com a cara, negou novo remate de Lukaku. Um joker que Simone Inzaghi tinha do banco e veio revolucionar a partida.
Até final, o Inter tentou ganhar uma margem maior para a eliminatória, percebendo o momento débil que o FC Porto atravessava, mas o marcador não mais mexeu e segue tudo em aberto para o estádio do Dragão. A 14 de março as duas equipas têm novo encontro para decidir quem avança para os quartos de final da Liga dos Campeões.
Homem do jogo Flashscore: Romelu Lukaku (Inter)