O novo e abnegado papel de Griezmann na seleção de França

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O novo e abnegado papel de Griezmann na seleção de França
Antoine Griezmann assume-se cada vez mais como peça-chave da seleção de França
Antoine Griezmann assume-se cada vez mais como peça-chave da seleção de França
AFP
O avançado francês tem tido um papel de protagonista no Mundial, mas numa função pouco habitual, com um "espírito de sacrifício" fundamental para o equilíbrio de uma equipa em que, desde há vários anos, é peça-chave.

Ainda não marcou qualquer golo pela França no Mundial-2022 - o que festejou e que daria o empate frente à Tunísia foi anulado pelo VAR, por fora de jogo -, mas Antoine Griezmann não precisou de o fazer para brilhar nos jogos contra a Austrália (vitória por 4-1), a Dinamarca, no qual assistiu Kylian Mbappé para o golo do triunfo (2-1) e mesmo nos minutos que jogou diante da Tunísia, numa posição entre as linhas do meio-campo e da frente, que até agora raramente havia ocupado.

"Acho que, acima de tudo, ele se diverte a jogar, fazendo jogar a equipa. É uma posição pouco habitual, mas ele gosta de estar em contacto com a bola e, para além disso, esforça-se muito com e sem ela", destacou Hugo Lloris.

De facto, se há algo de que não se pode acusar o jogador do Atlético de Madrid é de falta de esforço, já que foi quem mais correu na seleção francesa logo após Adrien Rabiot e é o primeiro a defender quando assim se justifica.

Compromisso defensivo como fator diferenciador

Os calções brancos manchados de verde no final de cada jogo e a vontade imprimida nos desarmes que faz são provas daquilo que Griezmann faz sempre que veste a camisola dos Bleus.

"No fundo, o Antoine (Griezmann) é um médio com sentido de sacrifício e uma grande capacidade de jogo. Acho que é uma posição que pode assumir completamente", vincou Olivier Giroud depois da vitória sobre a Austrália.

O número sete dos gauleses tem-se destacado pela capacidade ofensiva, que complementa com um papel mais criativo e de assistência ao trio da frente, composto por Giroud, Mbappé e Ousmane Dembélé.

Sem Karim Benzema, que foi obrigado a deixar a concentração da França devido a lesão sofrida antes do início do Mundial-2022, no Catar, Griezmann reencontrou os automatismos criados com Mbappé que ajudaram os Bleus a conquistar o Mundial-2018, na Rússia, e que se haviam perdido no passado recente com o regresso do atual Bola de Ouro à seleção.

A presença de Benzema, que gosta também de intervir no jogo longe da sua área de ação, num papel distinto do de Giroud, mais finalizador, já havia obrigado a que o atleta colchonero recuasse no terreno para tarefas mais defensivas. 

"É um jogador que pode jogar no meio, ele gosta e não vê isso como um sacrifício", assegurou Didier Deschamps, lembrando que o jogo de "Antoine permite dar equilíbrio aos três jogadores da frente".

O selecionador francês não esconde o fascínio por Griezmann, que considera insubstituível, como se comprova pelo facto de o jogador ter feito, contra a Tunísia, o seu 70.º jogo consecutivo pela França, um recorde da seleção, já que não falhou qualquer compromisso desde o verão de 2017.

A confiança de Deschamps, nem sempre em linha com o momento nos clubes

Deschamps reconhece o valor de Griezmann e foi por isso que o manteve entre os eleitos, mesmo quando o contexto nos clubes não eram ideais.

Um ano depois da conquista do Mundial na Rússia, Griezmann deixou o Atlético de Madrid para se juntar a Lionel Messi e Luis Suárez no Barcelona, num negócio avaliado em 120 milhões de euros.

No entanto, as coisas não lhe saíram bem nos culés, onde teve de jogar numa posição pouco habitual, já que a sua predileta era ocupada por Messi, o que fez com que regresasse aos colchoneros dois anos mais tarde.

No início desta época, por culpa de uma cláusula no contrato de cedência estabelecido entre o Barcelona e o Atlético de Madrid, que obrigava os madrilenos a pagarem 40 milhões de euros caso Griezmann jogasse um determinado número de minutos, o jogador só disputava cerca de meia-hora de cada encontro.

Em outubro, os dois clubes chegaram a acordo para a transferência definitiva e, agora, só falta que o francês se reencontre com o golo, já que o último marcado pela seleção foi a 13 de novembro de 2021 na goleada diante do Cazaquistão (8-0).