A estreia

Fernando Santos tinha prometido e cumpriu. Depois de se afirmar no Benfica, António Silva foi novidade na convocatória para o Mundial-2022 e somou a primeira internacionalização antes de viajar para o Catar, partilhando o centro da defesa de Portugal com Rúben Dias na primeira parte, e com Pepe - outro dos jogadores que o selecionador tinha confirmado que ia jogar - na etapa complementar.

Depois de uma semana em que Diogo Costa sofreu com problemas físicos, Rui Patrício assumiu a titularidade na baliza e André Silva surgiu numa frente de ataque em que não existiu Ronaldo, a recuperar de uma indisposição gástrica que já o tinha impossibilitado de treinar na véspera.

Um carrossel na frente

Além das mudanças supramencionadas, surpreendeu no onze de Fernando Santos a quantidade de criativos colocados do meio-campo para a frente. Longe de ser o médio-defensivo que se destacou no Sporting – agora no Bétis aparece mais perto da área – William Carvalho era o jogador com maior predisposição defensiva num carrossel em que Otávio, Bruno Fernandes, João Félix e Bernardo Silva iam procurando receber entrelinhas e encontrar linhas de passe nas costas da defesa nigeriana. Cabia a Nuno Mendes, no lado esquerdo, e a Diogo Dalot, no lado direito, oferecer largura ao ataque português.

Estava dado o mote para o primeiro golo. Aos nove minutos, João Félix surgiu no centro, libertou Diogo Dalot na direita que sentou Uzoho e passou para Bruno Fernandes rematar na pequena área para o fundo da baliza.

Sem grande assertividade em termos defensivos e incapaz de aproveitar algum espaço a descoberto que era deixado nos flancos de Portugal, a Nigéria sentia várias dificuldades e não conseguia incomodar a baliza de Rui Patrício, exceção feita ao disparo de Simon Moses, aos 31 minutos, que o guardião da Roma segurou sem grandes dificuldades.

Portugal ia aproveitando a qualidade técnica dos homens da frente e o segundo golo chegou sem surpresa. Aos 34 minutos, Bernardo Silva apareceu do lado esquerdo e cruzou para a área com a bola a embater na mão do estreante Osayi-Samuel. Assinalado o penálti, coube a Bruno Fernandes bisar numa casa que bem conhece. E o regresso a Alvalade esteve perto de ser pontuado com um hat-trick, mas o médio do Manchester United não conseguiu dar o melhor seguimento a um grande passe de João Félix.

Aprender a controlar 

Como é habitual neste tipo de jogos, Fernando Santos aproveitou o intervalo para fazer algumas alterações. As entradas de Raphael Guerreiro, João Mário, Pepe e Vitinha tiraram alguma verticalidade a Portugal e transformaram a equipa das quinas num conjunto mais de posse, desenhado para controlar a partida com posse de bola.

Até certo ponto a equipa das quinas conseguiu ir controlando as operações, mas também foi permitindo à Nigéria começar a ganhar coragem e aproximar-se da baliza de Rui Patrício que aos 71 minutos foi chamado a fazer uma grande defesa a remate de Chukwueze.

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No minuto seguinte, João Félix, um dos mais mexidos da Seleção Nacional, obrigou Uzoho a grande defesa e voltou a colocar a Nigéria em sentido que ainda gozou de uma bela oportunidade para fazer um tento de honra em Alvalade, mas Rui Patrício defendeu o remate de Dennis aos 81 minutos e acordou a Seleção Nacional para mais dois momentos de festa em Alvalade.

Bem vindo, senhor 59

Aos 82 minutos, Gonçalo Ramos, lançado aos 66 minutos, pontuou a primeira internacionalização - é o 59.º jogador a estrear-se pela mão de Fernando Santos - com uma finalização após passe de Raphael Guerreiro. Dois minutos mais tarde, João Mário concluiu uma bela jogada individual após passe de calcanhar de Gonçalo Ramos.

Fim de festa em Alvalade com uma goleada por 4-0 e muitos aplausos das bancadas repletas. Venha o Mundial-2022.

Homem do jogo Flashcore: João Félix (Portugal)