"No Dia Internacional da Mulher, temos algo importante para vos dizer. A Federação Panamenha de Futebol lamenta o termo infeliz usado pelo nosso presidente, Manuel Arias", disse a organização em comunicado.
A nota foi publicada depois de Marta Cox ter ameaçado acabar a sua passagem pela seleção, na qual é a principal figura.
A jogadora do Tijuana, do México, foi a primeira a marcar um golo pelo seu país num Campeonato do Mundo feminino e de forma espetacular, contra a candidata França, num livre a 35 metros de distância.
"Considero que foram utilizadas palavras para descrever-me que desde logo me feriram e foram inesperadas. Gostaria de aproveitar esta oportunidade para sublinhar que, se este tipo de situação se tornar uma constante, não voltarei à seleção nacional", disse Cox.
A polémica surgiu porque a jogadora de 26 anos criticou a liga feminina panamenha após a eliminação na Gold Cup, na qual as Canaleras perderam as três partidas da fase de grupos para Colômbia (6-0), Porto Rico (2-1) e Brasil (5-0).
Arrependimento posterior
Dado o pobre rendimento, o presidente da Federação Panamenha de Futebo, Manuel Arias, apelidou a jogadora de "gorda" e afirmou que ela estava "fora de forma".
"Ela está fora de forma e gorda. Não se consegue mexer em campo", disse o dirigente à imprensa local.
O Panamá tem uma liga feminina amadora, criada em 2017, na qual a maioria das jogadoras não recebe salário, nem tem grandes estádios ou centros de alto rendimento.
"A minha intenção era expressar-me de forma objetiva e sincera", assegurou Marta Cox.
No final, Manuel Araias pediu desculpas em comunicado.
"Nunca foi minha intenção degradá-la ou discriminá-la, muito menos ser eu a impedi-la de ser membro da seleção nacional. Quem sou eu para fazer isso, se o futebol feminino para mim no Panamá chama-se Marta Cox? Nós os dois queremos o melhor para o futebol panamenho", concluiu.