Real Madrid e Atlético prometiam um sábado escaldante em Madrid, mas foi com enorme emoção que começou o grande dérbi da capital espanhola. À chuva, com o céu a chorar, Amancio Amaro, figura histórica dos merengues, que faleceu esta semana, foi homenageado numa cerimónia marcante e comovente.
Carlo Ancelotti surpreendeu a meio-campo, deixando Modric de fora e optando por um trio composto por Kroos, Valverde e Ceballos, com Nacho e Asensio a renderem os lesionados Alaba e Rodrygo.
Diego Simeone, por seu lado, foi mais contido. Perante a ausência forçada de De Paul, o técnico apostou no jovem Pablo Barrios, colocando ainda Saul Niguez e abdicando de Correa no onze inicial.
O dérbi arrancou com ameaça de parte a parte. Logo aos sete minutos, Carrasco bateu um livre lateral para a grande área e fez a bola passar perto da baliza à guarda de Courtois, antes da resposta de Asensio, logo no minuto seguinte, com um remate venenoso para defesa de recurso de Oblak.
Pouco depois, foi Militão quem investiu, colocando a bola na grande área para desvio de Benzema, por cima, tendo o avançado, minutos depois, voltado a tentar a sua sorte, com novo remate que saiu torto.
O período inicial entusiasmava, mas a verdade é que se seguiu um duelo com poucas oportunidades de registo. Aos 22', Reinildo saiu lesionado, transportado em maca e claramente transtornado, tendo entrado Gimenez para o seu lugar.
O Real Madrid tinha mais bola e também mais remates, e ocupava zonas mais adiantadas do terreno, mas sempre sem conseguir concretizar a superioridade, não tendo, por isso, surpreendido o nulo ao intervalo.
Para a segunda parte, o Real Madrid voltou renovado e, com cinco minutos jogados, Vinícius Junior - até então apagado - arrancou pela esquerda e serviu Benzema, que por pouco não conseguiu desviar para o golo.
Seguiu-se Valverde, que, depois de boa combinação ofensiva dos blancos, fez um cruzamento-remate que não visou a baliza, mas animou as bancadas do Santiago Bernabéu.
A reação do Atlético chegou aos 60. Carrasco investiu pela esquerda e entregou a Griezmann que, desde a entrada da grande área, atirou, de pé esquerdo, ligeiramente ao lado, antes de Valverde responder, no minuto seguinte, com um remate de ressaca que fez a bola passar perto da baliza dos rojiblancos.
Os rivais dividiam esforços, mas, instantes depois, Correa, que entrara ao intervalo... foi expulso. Sem que nada o fizesse prever, num momento em que os colchoneros preparavam um lançamento lateral a seu favor, o avançado acertou com o cotovelo em Rudiger, perante olhar atento de Jesús Gil Manzano, que imediatamente lhe deu ordem de expulsão com vermelho direto.
Estava dado o mote para a vitória merengue... mas Gimenez tinha uma ideia diferente. Aos 78 minutos, e já depois da aposta de Ancelotti no jovem Álvaro Rodriguez, com a intenção de promover uma dinâmica de ataque mais eficaz, Griezmann cobrou um livre lateral desde o lado esquerdo e, no coração da área, o defesa do Atlético saltou mais que todos os outros e cabeceou para dar vantagem aos rojiblancos.
A jogar em casa, com vantagem numérica mas desvantagem no marcador, o Real arriscou. Tchouaméni foi o primeiro a tentar, para boa defesa de Oblak, tendo-se seguido Camavinga, para nova intervenção do guarda-redes esloveno.
Contudo, os merengues não tardariam a festejar. Na sequência, Modric cobrou um canto e o menino Álvaro Rodriguez apareceu, de cabeça, para se estrear a marcar e devolver o empate.
Faltava pouco para terminar e, até final, o Atlético soube manter a sua muralha defensiva, contendo as tentativas do Real, que assim fica em risco de ver o Barcelona "fugir" na classificação da LaLiga.