Dias felizes para Walid Regragui. Antigo jogador com uma carreira feita por França e Espanha, este marroquino de 47 anos entrou para a história dos Campeonatos do Mundo ao tornar-se no primeiro treinador africano a chegar aos quartos de final. Feito alcançado com a vitória diante de Espanha, no desempate por penáltis.
Um feito que é o corolário de dois anos em crescendo na carreira. Depois de cinco épocas no FUS Rabat mudou-se para o Al-Duhail, do Catar, em 2020, onde ganhou o campeonato local. Um ano depois regressou a Marrocos e assumiu o comando do Wydad Casablanca que conduziu ao título nacional e à conquista da Liga dos Campeões. Feitos que lhe valeram a chamada para seleção nacional em setembro, a três meses do Campeonato do Mundo.
Com apenas três jogos de preparação transformou os Leões do Atlas na melhor defesa do Mundial-2022 (sofreu apenas um golo em quatro jogos) e guiou a equipa a uma presença inédita nos quartos de final do campeonato do muno.
“Sonhámos e conseguimos. É um grande dia para Marrocos, os jogadores mataram-se em campo e conseguimos fazer história. É a prova de quando a intenção é boa e jogas sem hipocrisia, Deus é grande”, exultou no final da partida com Espanha.
Feitas as contas, Marrocos juntou-se a Gana (2010), Senegal (2002) e Camarões (1990) como as únicas equipas africanas a chegar aos quartos de final de um Mundial. Contudo, todas essas equipas eram treinadas por treinadores europeus – o francês Bruno Metsu, o sérvio Milovan Rajjevac e o russo Nepomniashchi, respetivamente – o que coloca Regragui num patamar especial.