Roberto Martínez: novo líder à procura de dissipar dúvidas e conquistar troféus

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Roberto Martínez: novo líder à procura de dissipar dúvidas e conquistar troféus

Roberto Martínez é o novo selecionador de Portugal
Roberto Martínez é o novo selecionador de PortugalProfimedia
Aos 49 anos, Roberto Martínez assume a seleção nacional de Portugal, sucedendo no cargo a Fernando Santos, que o deixou depois do Mundial-2022, no Catar. O treinador espanhol é o terceiro selecionador estrangeiro, depois de Otto Glória e Luiz Felipe Scolari.

Antigo futebolista, Martínez não é detentor de um currículo prodigioso no lado de dentro das quatro linhas. Começou no Real Saragoça, onde alternou entre a equipa B e, esporadicamente, a principal, antes de rumar um ano ao Balaguer e, depois, partir para Inglaterra. Seguiram-se seis temporadas no Wigan, uma no Motherwell, da Escócia, e outra no Walsall. Em 2003/2004 junta-se ao Swansea, onde permanece por três épocas, terminando a carreira ao serviço do Chester em 2007.

Roberto Martínez em ação pelo Wigan, enquanto jogador
Roberto Martínez em ação pelo Wigan, enquanto jogadorWigan

Pendurou as botas, mas não deixou o futebol e é precisamente nesse ano que inicia a sua segunda vida na modalidade, tendo voltado ao País de Gales para orientar o Swansea, na altura na League One, o terceiro escalão do futebol inglês. Na primeira temporada não foi além do sétimo lugar, a três pontos dos lugares de disputa do play-off de promoção, mas na segunda limpou a concorrência, somando 92 pontos, mais 10 que o segundo classificado, e garantindo a subida ao Championship.

Num ainda curto percurso como técnico, Roberto Martínez conquistava assim o seu primeiro grande feito, reforçado com o oitavo lugar no campeonato alcançado logo no ano seguinte, o que captou a atenção dos responsáveis do Wigan, que o recrutaram para a luta pela manutenção na Premier League. 

Nas primeiras três temporadas o principal objetivo foi cumprido e em 2012/2013 acabou por ter uma experiência pouco comum. As grandes dificuldades sentidas na divisão maior do futebol inglês, que culminaram com a despromoção - a três pontos dos lugares de salvação - contrastaram com o sonho vivido na Taça de Inglaterra, que venceu depois de o Wigan ter batido o Manchester City (1-0) na final de Wembley. Fechou dessa forma, com sabor agridoce, mais um capítulo.

Roberto Martínez e o antigo presidente do Wigan, Dave Whelan, nos festejos da conquista da Taça de Inglaterra
Roberto Martínez e o antigo presidente do Wigan, Dave Whelan, nos festejos da conquista da Taça de InglaterraWigan

Ainda assim, o técnico mereceu a confiança do Everton, que avançou para a sua contratação. Uma aposta que pareceu acertada depois do fantástico quinto lugar na Premier League em 2013/2014, que valeu a disputa da Liga Europa no ano seguinte, na qual caiu nos oitavos de final aos pés do Dínamo de Kiev. 

Depois disso, seguiram-se dois 11.º lugares, antes de ambas as partes seguirem caminhos distintos, com Martínez a ser nomeado selecionador da Bélgica em 2016, passando a ter em mãos a geração de ouro daquele país.

O objetivo principal era preparar o Mundial-2018 e o certo é que os belgas chegaram à Rússia como líderes do ranking FIFA, posição que mantiveram entre outubro desse ano e fevereiro de 2022. No Campeonato do Mundo, os diabos vermelhos alcançaram o pódio, tendo sido eliminados pela França - que venceu a competição - nas meias-finais e vencido a Inglaterra no jogo de atribuição do terceiro lugar.

Uma campanha marcante e que antevia um futuro auspicioso, mas que não encontrou sequência no Euro-2020, disputado apenas em 2021 por culpa da pandemia de COVID-19. Nesta prova, a Bélgica eliminou Portugal nos oitavos de final (1-0), mas acabou novamente afastada pela campeã, neste caso a Itália, nos quartos de final.

Elogiado por uns e criticado por outros, Roberto Martínez tinha no Mundial-2022, no Catar, a derradeira oportunidade de provar que era o homem certo para assegurar um troféu com aquele que muitos apontavam como o melhor conjunto de atletas de sempre da Bélgica, mas, entre prestações abaixo das expectativas e polémicas em torno da equipa, os diabos vermelhos não foram além da fase de grupos. Até entraram bem, batendo o Canadá (1-0), mas nos dois jogos seguintes perderam frente a Marrocos (2-0) e empataram diante da Croácia (0-0), confirmando o afastamento precoce que resultou na saída do selecionador.

Agora, Roberto Martínez é o líder da seleção nacional de Portugal. Talento, há de sobra, assim como dúvidas, especialmente no que respeita ao contexto de Cristiano Ronaldo e à importância que terá no futuro. A partir desta segunda-feira, o mister coloca as mãos à obra, certamente já com os olhos postos no Euro-2024.